29/02/2024 às 07h15min - Atualizada em 29/02/2024 às 07h20min

Startup cria maior banco de dados de afroempreendedorismo fora do continente africano

Startup reuniu 270 mil empreendedores negros em plataforma que conta com ferramenta pioneira de identificação étnica |

AB NOTICIA NEWS
G1
Reprodução

A Diversidade.io é uma plataforma que emprega a tecnologia para conectar empresas interessadas em diversificar suas cadeias de fornecedores a empreendedores de diferentes perfis e regiões. Com esse objetivo, a supplytech desenvolveu para o 100+ Accelerator 2023  — um projeto da Ambev voltado para soluções sustentáveis e inovadoras — o maior banco de dados de afroempreendedorismo fora do continente africano, identificando 270 mil empreendedores negros.

 

 

Essa ferramenta incorpora a inteligência artificial para o reconhecimento facial, possibilitando a identificação dos empreendedores como pessoas pardas e pretas. Esse mecanismo, pioneiro para esse fim, tem como objetivo simplificar o processo e fortalecer o compromisso das empresas cm a diversidade.

Em sua própria plataforma, que conta com as mesmas tecnologias, a startup já homologou mais de 300 afroempreendedores, gerando uma receita de mais de R$2 milhões por meio de 27 negócios concretizados. Isso significa que, por meio da supplytech, os empreendedores estão conseguindo precificar seus serviços de maneira justa, com um ganho médio de cerca de R$86 mil reais. Esse valor é muito superior ao faturamento médio de empreendedores negros.

É o que revela uma pesquisa do Sebrae, realizada com base em dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do terceiro trimestre de 2023. Segundo o levantamento, os afroempreendedores representam 52% dos proprietários de negócios no Brasil, totalizando cerca de 15,2 milhões de pessoas. Apesar de constituírem a maioria, enfrentam grandes desafios: 77,6% apresentam um faturamento mensal de até dois salários-mínimos.

Marcelo Arruda, fundador e CEO da Diversidade.io, conta que a motivação para a iniciativa surgiu de sua experiência pessoal. Publicitário de formação, atuou 30 anos no mundo corporativo como diretor de grandes instituições.

Ao se tornar empreendedor, se deparou com um cenário no qual o afroempreendedorismo está na base da pirâmide, quando se olha para o tamanho das empresas e o faturamento, conforme mostram os dados. 

“Quando eu decidi empreender, abri uma distribuidora de cosméticos e encontrei as portas muito fechadas. Enquanto eu era diretor, era recebido de uma maneira, e quando já não estava naquela posição representando grandes empresas, passei a ser recebido de uma maneira bem diferente. Depois disso, abri uma empresa de serviços e percebi um movimento constante de desvalorização, com clientes invalidando os valores cobrados e até pedindo que o serviço fosse feito de graça. Essas disparidades e a dificuldade de o público enxergar as pessoas empreendedoras negras com seriedade começaram a me incomodar. Então, eu me uni a alguns empresários para criar um movimento de afroempreendedores e parceiros. Foi aí que tudo começou”, conta. 

Atualmente, a empresa está trilhando uma jornada de franco crescimento: em 2022, registrou um aumento de 686% no faturamento, alcançando a marca de meio milhão de reais. Já em 2023, continuou sua trajetória ascendente com um crescimento de 400%, atingindo uma receita de R$1,8 milhão.


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