Uma mulher denuncia que foi vítima de tentativa de feminicídio em Salvador. O crime ocorreu no último sábado (10), no bairro de Mussurunga.
A vítima é Leonice Vieira, de 36 anos. Ela viveu um relacionamento amoroso com o suspeito, que já foi identificado e é procurado pela Polícia Civil.
Em entrevista à TV Bahia, Leonice detalhou o histórico de violência. De acordo com ela, os dois se conheceram tempos atrás, quando ela administrava um bar, e se reencontraram há cerca de dois meses.
Nesse período, eles saíram juntos para "tomar uma cervejinha" e, posteriormente, ela soube que o suspeito compartilhou fotos dos dois, espalhando a informação de que eles teriam um relacionamento fixo — ela nega o namoro.
Em meio a isso, o homem também pediu abrigo por cinco dias à mulher, alegando problemas no apartamento e com a ex-companheira dele, que estaria no local.
Leonice cedeu. Mas o que estava previsto para durar menos de uma semana chegou a um mês. Ela conta que cobrava o homem para que ele deixasse sua residência, mas ele se comportava de modo possessivo
"Era o tempo todo me atormentando, agindo como se fosse meu companheiro de fato, agindo como se fosse meu marido. Eu fiquei me sentindo totalmente acuada porque eu tenho dois filhos adolescentes que estavam morando com a gente. (...) Isso estava me assuntando".
O suspeito continuou na casa de Leonice e, conforme ela relata, usou uma amiga da mulher para convencê-la a sair com ele no sábado (10).
Leonice conta que ele "arrumou confusão por causa do som alto" no local. Em seguida, após deixar o casal de amigos em casa, por volta de 2h da madrugada, a agrediu.
A primeira atitude suspeita foi quando ele desviou o caminho que os levaria à residência de Leonice e parou em um posto de combustíveis para abastecer sem dizer nada. A mulher ressalta que não se sentia bem no momento e evitou o confronto, já considerando o comportamento explosivo dele ao qual estava habituada
"Fui ao banheiro, quando retornei, já estava me sentindo mal, totalmente tonta. (...) A partir do momento que eu sentei no carro, apaguei. E quando acordei, já estava na Luís Eduardo com ele em cima de mim, desferindo golpes que acho que foi com um estilete porque eu consegui quebrar".
A localização a que Leonice se refere é a Av. Luís Eduardo Magalhães. A mulher afirma que ao questionar o motivo das agressões, ouviu do suspeito que deveria sair do carro dele e pedir ajuda na rua.
De acordo com Leonice, após atacá-la, ele ainda foi ao apartamento dela e ateou fogo.