06/02/2024 às 22h44min - Atualizada em 07/02/2024 às 00h11min

Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag), regional Paraíba, Alagoas e Pernambuco, faz alerta ao folião

O fígado, geralmente, é o órgão mais afetado com a mistura de álcool e medicação

Redação
Farmacêutico José Patrocínio de Andrade Filho - Divulgação
Os blocos de frevo já estão nas ruas,  os ensaios de maracatu a todo vapor e o carnaval cada dia mais perto. Com muita frequência, toda essa diversão envolve o consumo de bebida alcoólica. A principal dúvida que surge para quem está tomando medicação é: será que posso beber? Será que meu medicamento perde o efeito? Quais serão as consequências da interação da bebida com o antidepressivo?

Para sanar essas e outras questões, José Patrocínio de Andrade Filho, farmacêutico e  presidente regional  da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag), Alagoas, Pernambuco e Paraíba, entidade responsável pelas farmácias de manipulação no Brasil, explica que as consequências da interação entre álcool e medicamentos dependem de vários fatores. Entre eles estão a composição do medicamento, o organismo do paciente e a quantidade de álcool ingerida. Por isso, de forma geral, a recomendação é evitar essa mistura.


De acordo com o farmacêutico, o principal órgão prejudicado é o fígado, que metaboliza o álcool e grande parte dos medicamentos, ficando sobrecarregado. O álcool também afeta especialmente o sistema nervoso central, que comanda nossas ações, alterando substancialmente as capacidades cognitivas estruturais e comportamentais.

Como a bebida altera o metabolismo, o tempo de eliminação do medicamento será alterado, podendo ocorrer antes ou depois do previsto, com possibilidade de prejudicar o tratamento. Aumenta a gravidade quando são utilizadas drogas para tratar problemas neurológicos e psiquiátricos, pois o álcool em geral potencializa o efeito dessas substâncias.
“Antidepressivos agem diretamente no sistema nervoso central. Inicialmente, as bebidas alcoólicas aumentam o efeito do antidepressivo, deixando a pessoa mais estimulada; porém, após passar o efeito da bebida, os sintomas da depressão podem aumentar. Já quando os ansiolíticos são misturados ao álcool aumenta o efeito sedativo, deixando a pessoa inabilitada para realizar atividades que necessitam de atenção, como operar máquinas ou equipamentos, além de ocasionar uma maior probabilidade de efeitos adversos graves, a exemplo de coma”, explica o farmacêutico.

A mistura de alguns antibióticos e álcool, por sua vez, pode causar vômitos, taquicardia e até toxicidade hepática grave.

“Essas reações podem acontecer com substâncias como, por exemplo, o metronidazol”, diz o especialista.

José Patrocínio completa explicando o efeito com analgésicos e antitérmicos.
“O efeito do álcool pode ser potencializado e a velocidade de eliminação do medicamento do organismo será maior, diminuindo seu efeito. Em alguns casos, o uso do álcool com paracetamol pode danificar o fígado, uma vez que ambos são metabolizados nesse órgão. Já a mistura com ácido acetilsalicílico pode causar, em casos extremos, hemorragia estomacal, pois ambos irritam a mucosa estomacal. Portanto, na dúvida, a regra é: não misturar álcool com nenhum tipo de medicamento”, destaca.

José Patrocínio de Andrade Filho é Farmacêutico e presidente da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag), regional Paraíba, Alagoas e Pernambuco. @anfarmag
 


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