24/01/2024 às 12h08min - Atualizada em 24/01/2024 às 12h08min

Delegado da PF que pediu busca e apreensão contra Aras e Guedes vira réu

Delegado da PF Bruno Calandrini cometeu abuso de autoridade também em oitiva de Paulo Guedes

AB NOTICIA NEWS
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Reprodução
A Justiça Federal de Brasília acolheu a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF) contra o delegado da Polícia Federal, Bruno Calandrini. A decisão, datada de dezembro, torna Calandrini réu pelos crimes de prevaricação, tentativa de obtenção ilícita de provas e condução de persecução penal sem causa fundamentada. A informação é da CNN Brasil. 

A juíza federal substituta Pollyanna Kelly Maciel Medeiros Martins Alves, da 12ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal, foi responsável pelo veredicto, que surge em decorrência da denúncia feita pelo procurador Carlos Henrique Martins Lima em outubro.
 

Relembre o caso: 

O caso remonta a maio de 2022, quando Calandrini solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a realização de busca e apreensão nos endereços do então procurador-geral da República, Augusto Aras, e do então ministro da Economia, Paulo Guedes. A solicitação estava inserida em um inquérito que investigava o senador Renan Calheiros (MDB-AL) por supostos desvios no fundo de pensão dos Correios. O delegado requereu que Guedes, não sendo alvo da investigação, prestasse depoimento sobre o caso.

Segundo a denúncia, em 26 de maio de 2022, Calandrini, que fazia parte da Coordenação de Inquéritos nos Tribunais Superiores, deu início a uma "investigação sem justa causa e sem autorização judicial, com posterior apresentação de representação por medida de busca e apreensão - indo contra as disposições expressas de lei". O MPF alega ainda que o delegado tinha interesse pessoal em realizar a oitiva ilegal do então Ministro de Estado da Economia, Paulo Roberto Nunes Guedes.

Um dos advogados de Guedes procurou Aras para evitar o depoimento do ministro. O episódio foi revelado por Aras em seu status no WhatsApp, em um ato falho. Com base nas informações vazadas, Calandrini pleiteou a perícia do celular de Aras e mandados de busca e apreensão contra o procurador-geral. Após analisar as provas e as alegações, a juíza da 12ª Vara Federal Criminal decidiu aceitar a denúncia e convocou o réu para responder às acusações no prazo de 10 dias. 

 


 


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