Relembre o caso:
O caso remonta a maio de 2022, quando Calandrini solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a realização de busca e apreensão nos endereços do então procurador-geral da República, Augusto Aras, e do então ministro da Economia, Paulo Guedes. A solicitação estava inserida em um inquérito que investigava o senador Renan Calheiros (MDB-AL) por supostos desvios no fundo de pensão dos Correios. O delegado requereu que Guedes, não sendo alvo da investigação, prestasse depoimento sobre o caso.
Segundo a denúncia, em 26 de maio de 2022, Calandrini, que fazia parte da Coordenação de Inquéritos nos Tribunais Superiores, deu início a uma "investigação sem justa causa e sem autorização judicial, com posterior apresentação de representação por medida de busca e apreensão - indo contra as disposições expressas de lei". O MPF alega ainda que o delegado tinha interesse pessoal em realizar a oitiva ilegal do então Ministro de Estado da Economia, Paulo Roberto Nunes Guedes.
Um dos advogados de Guedes procurou Aras para evitar o depoimento do ministro. O episódio foi revelado por Aras em seu status no WhatsApp, em um ato falho. Com base nas informações vazadas, Calandrini pleiteou a perícia do celular de Aras e mandados de busca e apreensão contra o procurador-geral. Após analisar as provas e as alegações, a juíza da 12ª Vara Federal Criminal decidiu aceitar a denúncia e convocou o réu para responder às acusações no prazo de 10 dias.