Nível dos estoques indica melhora nos desempenhos da indústria e do comércio no Brasil

Ficam nos fundos os pulmões do varejo e da indústria. É que estoque é fôlego para o negócio. É onde vemos uma série de prateleiras cheias de caixas de produtos - e expectativas de empresários. Uma grade de peças da estação e um medidor preciso do ritmo da atividade econômica.

“Se a gente olhar para frente, o estoque pode ser um parâmetro de tomada de decisão de produção no futuro. Se as prateleiras da empresa estão vazias, pode ser um sinal de que a demanda presente está muito boa e que, para o futuro, a empresa vai tomar a decisão de aumentar a sua produção. A gente vem observando um movimento de normalização dos estoques. Isso possibilitou os empresários de vender os produtos que estavam parados nas suas prateleiras”, explica Stefano Pacini, pesquisador IBRE/FGV.

O nível de estoques da indústria, medido pela FGV, caiu de forma significativa no último trimestre de 2023. No comércio, o número de lojas com estoque excessivo também ficou menor.

Produto à mão, mas sem acumular poeira. Esse é o depósito ideal para os empresários. E o nível atual dos estoques do comércio e da indústria no Brasil mostra um equilíbrio entre uma atividade aquecida e a produção que tem dado conta de atender os pedidos. Para os economistas, esse é o caminho do crescimento.

“Eu acho que a gente tem que manter esse ciclo saudável de recuperação econômica, que naturalmente vai fazer com que as expectativas dos empreendedores se estabilizem e a gente consiga de fato entrar em uma trajetória de crescimento sustentado e parar de ter esses surtos de crescimento que vêm logo depois com uma certa depressão da economia. Eu acho que existem todas as condições para isso desde que a macroeconomia permaneça estável, a gente consiga ter essa estabilidade do ambiente institucional, que também é muito importante. Isso tudo compõe, ajuda a compor as expectativas dos agentes econômicos e, nesse momento, isso é muito importante para o Brasil”, afirma Guilherme Fowler, economista e professor do Insper.

Se o comércio de moda íntima serve como termômetro...

“Eu estou bastante satisfeita com o giro. A gente tem tido uma rotatividade bastante alta tanto para operação online, mas também na loja física, e conseguimos atender as demandas tanto de varejo como atacado, que é um pouco mais volumoso e em todos os itens, sem faltar. Está girando, está saindo, tem sido assertivo”, diz a diretora de marketing Daniela Dib.