07/01/2024 às 09h11min - Atualizada em 07/01/2024 às 09h15min

Cancelamento das festas juninas e impacto na economia de cidades baianas

Os entrevistados desse episódio são: Zé Cocá, presidente da União dos Prefeitos da Bahia, Paulo Guimarães, superintendente de Atração de Investimentos e Fomento ao Desenvolvimento Econômico, e Robson Reis, infectologista e professor da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública

AB NOTICIA NEWS
G1
Daniele Rodrigues/GOVBA
O governador Rui Costa anunciou a suspensão das festas juninas e também do transporte intermunicipal em toda a Bahia, no período do São João a São Pedro. Adotada pelo segundo ano consecutivo, a medida tem o objetivo de evitar que as pessoas viajem nas datas festivas de junho, e também impedir qualquer evento, independentemente do porte ou número de pessoas, aconteça.

As ações visam coibir aglomerações e impedir o avanço da pandemia no estado, onde já morreram mais de 20 mil pessoas em decorrência do novo coronavírus.


Antes mesmo dessas medidas serem anunciadas, alguns municípios já tinham optado por antecipar o cancelamento das festas juninas, entre eles Santo Antônio de Jesus e Itaberaba. A decisão, embora ajude a evitar a disseminação da Covid-19, impacta na economia dessas localidades. E esse é o assunto do 9º episódio do podcast Eu Te Explico, do G1 BA.

Os entrevistados são: Zenilton Brandão Santana (conhecido como Zé Cocá), presidente da União dos Prefeitos da Bahia (UPB); Paulo Guimarães, superintendente de Atração de Investimentos e Fomento ao Desenvolvimento Econômico; Robson Reis, médico infectologista e professor da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública.

De acordo com Zé Cocá, existe um consenso entre os prefeitos baianos de que os festejos juninos não podem ser realizados. A prioridade é preservar a saúde da população, mesmo com os prejuízos financeiros incalculáveis.

"A gente já vem enfrentando medidas restritivas, fechamento do comércio, toque de recolher, isso enfraquece muito o comércio local. Então o impacto econômico com a não realização do São João é algo gritante, que nos preocupa muito em termos de arrecadação, geração de renda. Ao mesmo tempo temos a pandemia. É uma faca de 'dois gumes'".

Zé Cocá revelou que a UPB está buscando viabilizar, junto à BahiaTursa, a realização de lives com cantores e bandas regionais, no mês de junho. "Nós temos hoje um problema seríssimo com os trabalhadores da cultura. Estamos tentando desenvolver algumas ações para ajudar a manter artistas e profissionais da área de eventos".

Paulo Guimarães disse que o governo do estado tem feito o possível para dar apoio aos setores afetados pela não realização do São João, não somente artistas, mas também pequenos agricultores e comerciantes.

Ele detalhou ainda que alguns municípios, como Amargosa, na região do recôncavo, têm no evento a principal fonte de renda da população. Para o setor de comércio e serviços, o período é mais importante do que o Natal.


"Na Secretaria de Desenvolvimento Econômico, o que podemos fazer, além de apoiar ações de outras secretarias, são ações de minimização de impactos de médio prazo, de tentar atrair investimentos para o interior, de modo que as cidades não tenham a economia tão dependente do São João".

O infectologista Robson Reis alertou para problemas que podem ocorrer caso as restrições dos festejos sejam desrespeitadas. "Temos evidências que, após eventos festivos com tradição de reuniões familiares, houve um crescimento do número de casos de Covid-19".

Esse ano, alguns fatores preocupam ainda mais as autoridades de saúde, como a alta taxa de ocupação de leitos exclusivos para pacientes com coronavírus, em todo o estado.

O médico destacou ainda que mesmo quem que já foi imunizado precisa manter uso de máscara, higiene das mãos e distanciamento social, pois são as formas mais eficazes de evitar a disseminação do Sars-CoV-2

"É preciso respeitar as normas agora, para comemorarmos outras festas juninas com nossos familiares e amigos nos próximos anos".




 


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