Entenda por que a presidente da universidade Harvard, nos EUA, renunciou após manifestações

Claudine Gay, líder da renomada Universidade Harvard, uma das instituições mais antigas dos Estados Unidos, anunciou sua demissão nesta terça-feira (2).

Ela estava sob pressão para deixar o cargo após testemunhar no Congresso dos EUA sobre o antissemitismo no campus universitário. A controvérsia se intensificou com alegações de que Gay teria publicado trabalhos acadêmicos contendo passagens plagiadas de outras pesquisas.

Testemunho no Congresso
A polêmica teve início após manifestações pró-Palestina de estudantes em universidades dos EUA. Gay e outros presidentes de universidades foram chamados para depor no Congresso.

Durante seu depoimento, questionaram a Gay se as manifestações de alunos de Harvard, que pediam o genocídio do povo judeu, violariam as regras de assédio da universidade. Ela respondeu: "Podem ser, dependendo do contexto". Para os críticos de Gay, a afirmação foi evasiva e insuficientemente incisiva.

Mais tarde, ela se desculpou pela declaração. Após o depoimento, surgiram acusações de plágio.

Análise inicial de três de seus artigos acadêmicos concluiu que ela não infringiu padrões de pesquisa, mas identificou citações equivocadas. A presidente prometeu corrigir essas citações.

Num segundo momento, surgiram mais duas acusações relacionadas à sua dissertação de doutorado de 1997, levando à renúncia na segunda-feira (1º).

Carta de Renúncia de Claudine Gay
Em sua carta de renúncia, Gay afirmou que "ficou evidente que a melhor decisão para a Universidade Harvard é minha renúncia, permitindo que nossa comunidade enfrente esses desafios concentrando-se na instituição, e não em um indivíduo".