04/01/2024 às 14h28min - Atualizada em 04/01/2024 às 15h56min

Passar no vestibular é questão de química

Especialista explica como os hormônios podem interferir na aprovação do estudante no vestibular e dá dicas de como melhorar o desempenho

Renê Valente
Ben Mullins
O ano de 2024 será marcado por mudanças significativas nos vestibulares no Brasil. Com o fim do Enem como único vestibular para ingressar nas principais universidades federais, os candidatos poderão escolher entre prestar o exame do MEC ou os vestibulares tradicionais das instituições de ensino superior.
Uma coisa, porém, não muda. Além do preparo técnico, é necessário entender sobre o funcionamento do próprio organismo e tomar medidas simples que vão ajudar controlar os hormônios e aliviar o estresse que pode arruinar o desempenho do estudante, mesmo os mais aplicados. “Aquele que aprender a estimular a sua produção hormonal como a serotonina e endorfina, tem a garantia de uma melhor classificação”, explica a psicóloga Marília Quixabeira, especialista em terapia cognitivo comportamental.
Esses hormônios, também chamados de neurotransmissores, são substâncias químicas que transmitem mensagens entre as células nervosas. Eles desempenham um papel importante em todas as funções do cérebro, incluindo o aprendizado, a memória, a atenção e as emoções.

Quando pensamos em vestibular, automaticamente vem à nossa mente horas de estudos, cursinhos e nervos à flor da pele. De acordo com a especialista, nesse contexto, os neurotransmissores podem afetar o estudante de várias maneiras, incluindo aumento da frequência cardíaca, alterações no apetite e sono e ansiedade.
Dentre os neurotransmissores mais importantes nessa batalha pela aprovação estão a dopamina, responsável pela motivação e aprendizado; a serotonina que ajuda a equilibrar o humor e dá impulso benéfico para o apetite, sono, memória e aprendizagem; a endorfina que atua como um poderoso analgésico, sendo liberada pelo organismo em situações de dor e estresse; a ocitocina, conhecida popularmente como hormônio do amor, tem ligação com a redução de ansiedade, sentimentos de calma e segurança e o cortisol, hormônio associado ao estresse que afeta negativamente o desempenho dos estudantes.
Como estimular esses hormônios?
É importante ressaltar que o estímulo dos neurotransmissores é um processo complexo que envolve vários fatores e o “life style” do aluno interfere diretamente na sua produção.
O combo de alimentação, sono e exercícios é a base que pode ajudar a manter os níveis hormonais equilibrados e melhorar o desempenho acadêmico.
A confirmação que estas atitudes interferem no bom resultado é o caso da acadêmica de medicina Luana Gomes. Em 2023 ela conquistou bolsa integral do ProUni para o curso, entretanto, na tentativa anterior, mesmo com uma excelente nota na redação, 980 pontos, o seu emocional não a ajudou na prova de exatas, resultando uma média inferior ao que é exigido pelo curso de Medicina.
O diferencial de um ano para o outro foi simplesmente a mudança no estilo de vida. “No meu primeiro ano eu só estudava, mas no segundo eu comecei a praticar exercícios físicos, a dormir melhor, não me isolar e não focar nas redes sociais”, ressalta Gomes satisfeita com a vaga.
Para garantir um bom desempenho, a psicóloga dá dicas importantes:
Antes do período da prova, o vestibulando deve consumir alimentos mais leves, como frutas, legumes e grãos integrais que fornecem os nutrientes necessários para a produção de neurotransmissores.
O estudante deve praticar exercícios físicos, de preferência regularmente, mas no dia anterior à prova deve evitar os excessos. Aprenda a fazer a respiração pelo diafragma, que ajuda na redução do estresse.
Garanta uma boa noite de sono, isso aumenta a produção de neurotransmissores como a melatonina e a serotonina. Invista em atividades prazerosas e interação social. “É necessário que se tire um tempo na semana para fazer algo para si, um momento de lazer que é muito importante para a saúde mental”, diz ela.
Com essas medidas simples, já é possível controlar as emoções e potencializar o ano de estudos. Casos mais graves devem ser tratados e acompanhados de um profissional.
 

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