04/01/2024 às 10h22min - Atualizada em 04/01/2024 às 10h22min

Ataque mata mais de 100 no Irã e eleva risco de guerra ampla no Oriente Médio

Mais de cem pessoas morreram em um ataque terrorista no Irã nesta quarta

REDAÇÃO
AB NOTICIA NEWS
Ilustrativa / Imagem de jorono por Pixabay

Mais de cem pessoas perderam a vida em um ataque extremista no Irã nesta quarta-feira (3), aumentando as tensões no Oriente Médio e intensificando o risco de uma escalada regional no conflito entre Israel e seus oponentes, que atualmente se concentra no confronto entre Tel Aviv e o grupo palestino Hamas.

O atentado visou uma cerimônia que marcava o quarto aniversário do assassinato, pelos Estados Unidos, do principal general iraniano, Qassim Suleimani, morto por um drone no aeroporto de Bagdá. Pelo menos 170 pessoas ficaram feridas.

De acordo com a agência Tasnim, ligada à Guarda Revolucionária do Irã, duas bombas escondidas em pastas foram detonadas por controle remoto. Uma delas explodiu cerca de 700 metros do túmulo de Suleimani, e a outra, quase 1 km de distância, no cemitério de Kerman (820 km a sudeste de Teerã). Inicialmente, a contagem de mortos era de 73, mas foi revisada.

Até o momento, não houve acusação direta a Israel ou aos EUA pelo provocativo incidente, que não teve autoria reivindicada. Existem vários grupos contrários a Teerã operando no país. Suleimani, que liderava a força de elite Quds, é considerado um herói nacional. Ele desempenhou um papel fundamental na expansão militar do Irã por meio de procuradores no Oriente Médio, incluindo o Hezbollah no Líbano, o Hamas na Palestina e os rebeldes houthis no Iêmen.

As forças agora enfrentam um desafio unificado, até então contido pela presença militar americana para proteger a guerra que Israel trava contra o Hamas na Faixa de Gaza, iniciada após ataques do grupo terrorista que resultaram em 1.200 mortes em 7 de outubro.

O ataque ocorreu um dia depois de Israel ter matado em Beirute um líder do Hamas, Saleh al-Arouri. Foi a ação mais significativa de Tel Aviv fora de suas fronteiras desde o início do conflito, e ocorreu no quintal do Hezbollah.

A intervenção teve um impacto drástico na rota do transporte marítimo global, uma vez que 15% desse tráfego atravessa a região. As empresas de transporte passaram a adotar trajetos mais extensos, circunavegando a África, para conectar a Europa ao Oriente Médio e à Ásia.

Os Estados Unidos estabeleceram uma força-tarefa, utilizando recursos já presentes na área contra piratas, na tentativa de conter os ataques. No domingo (31), pela primeira vez, afundaram embarcações de ataque ligadas aos houthis, levantando a questão de se o governo de Joe Biden intensificará suas ações e realizará ataques aéreos contra as bases dos rebeldes, aliados do Irã, que estão envolvidos em uma guerra civil no Iêmen desde 2014.


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