01/01/2024 às 09h02min - Atualizada em 01/01/2024 às 09h05min

Os perigos de se misturar bebidas alcoólicas e medicamentos

Em geral, não é uma boa ideia misturar álcool com medicamentos, mas dependendo do remédio que você está tomando, os efeitos podem ser mais ou menos graves.

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G1
: Getty Images/ BBC

Pode ser uma taça de champanhe para brindar, uma cerveja gelada na praia ou uma caipirinha com amigos no bar.

Mas se você estiver tomando certos medicamentos ao mesmo tempo, seu corpo pode ser afetado de várias maneiras.

Misturar determinados remédios com álcool significa que eles podem não funcionar tão bem. Com outros, você corre o risco de ter uma overdose potencialmente fatal.

A seguir, compartilhamos o que você precisa saber se estiver tomando algum tipo de remédio e pretende beber.

 

Por que é importante?

 

Depois que você toma um medicamento por via oral, ele vai para o estômago. De lá, é transportado para o fígado, onde é metabolizado e decomposto antes de entrar na corrente sanguínea.

Cada remédio que você toma é fornecido em uma dose que leva em consideração o metabolismo que acontece no fígado.

Quando você ingere bebida alcoólica, o álcool também é decomposto no fígado, e isso pode afetar o quanto do medicamento é metabolizado.

Alguns remédios são mais metabolizados, o que pode significar que não chegam à corrente sanguínea numa quantidade suficiente para serem eficazes.

Outros medicamentos são menos metabolizados. Ou seja, você recebe uma dose muito maior do que a prevista, podendo levar a uma overdose.

Os efeitos do álcool (como a sonolência) podem se somar aos efeitos similares que um medicamento pode ter.

Se você vai ter ou não uma interação medicamentosa, e qual interação você vai ter, depende de vários fatores. Isso inclui o medicamento que você está tomando, a dose, a quantidade de álcool que você consumiu, sua idade, genética, sexo e estado geral de saúde.

Mulheres, idosos e pessoas com problemas hepáticos são mais propensas a terem uma interação medicamentosa com álcool.

 

Quais medicamentos não se dão bem com álcool?

Muitos medicamentos interagem com o álcool —independentemente de serem vendidos com ou sem receita médica, como os remédios à base de plantas.

1. Medicamentos + álcool = sonolência, coma, morte

Consumir bebida alcoólica e tomar um medicamento que deprima o sistema nervoso central para reduzir a agitação e a estimulação pode ter efeitos cumulativos.

Juntos, eles podem te deixar mais sonolento, diminuir sua respiração e batimentos cardíacos — e, em casos extremos, levar a um estado de coma e à morte. Esses efeitos são mais prováveis ​​se você usar mais de um medicamento desse tipo.

Os medicamentos a serem observados incluem aqueles para depressão, ansiedade, esquizofrenia, dor (exceto paracetamol), distúrbios do sono (como insônia), alergias, resfriados e gripes.

É melhor não tomar álcool com esses medicamentos ou reduzir ao mínimo a ingestão de álcool.

2. Medicamentos + álcool = mais efeitos

Misturar álcool com alguns medicamentos aumenta o efeito deles.

Um exemplo é o zolpidemm, um comprimido para dormir, que não deve ser tomado com álcool.
Efeitos colaterais raros, mas graves, incluem comportamentos estranhos durante o sono, como comer, dirigir ou caminhar enquanto se está dormindo, que são mais prováveis ​​com o consumo de álcool.

3. Medicamentos + cerveja artesanal ou caseira = pressão alta

Alguns tipos de medicamentos só interagem com alguns tipos de álcool.

Entre eles, estão alguns medicamentos para depressão, como fenelzina, tranilcipromina e moclobemida, o antibiótico linezolida, a droga contra o Parkinson selegilina e o medicamento contra o câncer procarbazina.

Esses chamados inibidores da monoamina oxidase interagem apenas com alguns tipos de cervejas artesanais, cervejas com sedimentos visíveis, cervejas belgas, coreanas, europeias e africanas, e cervejas e vinhos caseiros.

Esses tipos de bebidas alcoólicas contêm altos níveis de tiramina, uma substância natural geralmente decomposta pelo corpo que normalmente não causa nenhum dano.

No entanto, os inibidores da monoamina oxidase impedem que o corpo decomponha a tiramina.

Isso aumenta os níveis no seu corpo e pode fazer com que sua pressão arterial suba a níveis perigosos.

4. Medicamentos + álcool = efeitos mesmo depois de parar de tomar

Outros medicamentos geram interação porque afetam a maneira como o corpo decompõe o álcool.

Se você consumir bebida alcoólica enquanto estiver tomando estes medicamentos, pode sentir náuseas, vomitar, apresentar rubor na face e pescoço, sentir falta de ar ou tonturas, o seu coração pode bater mais rápido do que o habitual, ou a sua pressão arterial pode cair.

Isso pode acontecer mesmo depois quando você interrompe o tratamento, mas ingere álcool na sequência.

Por exemplo, se estiver tomando metronidazol, você deve evitar consumir álcool não só durante o uso do medicamento, como também por pelo menos 24 horas após parar de tomá-lo.

Um exemplo de como o álcool altera a quantidade do medicamento ou de substâncias relacionadas no corpo é a acitretina. Este medicamento é usado para tratar doenças de pele, como psoríase grave, e para prevenir o câncer de pele em pessoas submetidas a um transplante de órgão.

Quando você toma acitretina, ela se transforma eoutra substância — etretinato —, antes de ser eliminada do seu corpo.

O álcool aumenta a quantidade de etretinato no corpo. Isso é particularmente importante, uma vez que o etretinato pode causar defeitos congênitos.

Para evitar isso, se você é uma mulher em idade fértil, deve evitar consumir álcool enquanto estiver usando o medicamento — e por dois meses depois de parar de tomá-lo.


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