27/12/2023 às 14h34min - Atualizada em 28/12/2023 às 18h11min

APIs de combate a fraudes: o que levou TIM, Vivo e Claro a usar esse recurso?

Gigantes da Telecomunicação estão usando essa tecnologia para aumentar a segurança e a confiança de seus usuários

Washington Leite
Freepik.

As três maiores operadoras de telefonia brasileiras se uniram recentemente para combater as fraudes digitais. TIM, Vivo e Claro, juntamente à iniciativa global Open Gateway, da GSMA, pretendem facilitar a integração de apps terceiros com as suas redes móveis. 

O anúncio foi feito oficialmente num evento em São Paulo, no final de novembro, mas as empresas já vêm trabalhando nisso há algum tempo. 

Na ciência da computação, uma API é um conjunto de mecanismos que permite que dois softwares diferentes se comuniquem utilizando protocolos pré-definidos. A iniciativa Open Gateway foca em criar APIs projetadas para fornecer acesso universal às redes de operadoras para desenvolvedores. 

Ou seja, na prática, o objetivo da implementação dessas APIs é garantir que desenvolvedores de aplicativos para celular possam se integrar aos sistemas das operadoras a fim de evitar a ocorrência de fraudes. 

A iniciativa Open Gateway oferece oito APIs diferentes, mas as operadoras brasileiras optaram por priorizar aquelas ligadas ao combate das fraudes digitais. O motivo é muito claro: esse crime tem se tornado um problema cada vez maior no país. 

O Relatório Global sobre Tendências de Fraude Digital Omnichannel 2023, feito pela TransUnion, apontou um aumento de 144% nas tentativas de fraude digital em relação ao período pré-pandemia no Brasil. A taxa de aumento global foi de 80%.

As APIs de segurança digital que serão implementadas inicialmente pelas operadoras brasileiras são três: verificação de SIM Swap, checagem de número telefônico e confirmação de localização do dispositivo. 

A API de SIM Swap tem a função de verificar se aquele número de telefone trocou de SIM card recentemente. Essa verificação pode ajudar a evitar uma fraude muito comum nos últimos anos, na qual o golpista utiliza de documentos falsos para “roubar” o número telefônico, ativando-o em outro SIM card. 

Em posse do número roubado, o golpista então consegue alterar as senhas de acesso da vítima e acessar seus serviços digitais, desde sua conta bancária até suas redes sociais, que muitas vezes são utilizadas para aplicar golpes em sua rede de contatos. 

Já a API de verificação de número consegue analisar se o número de telefone informado no cadastro de um aplicativo, por exemplo, é de fato o número atrelado àquele dispositivo. Essa verificação silenciosa, sem o envio de códigos via SMS ou ligação, é mais confiável e pode ser utilizada para, por exemplo, autorizar transações de alto valor em apps bancários. 

A API de localização de dispositivo, por sua vez, confirma se o aparelho está realmente na localização informada. O objetivo aqui é evitar as fraudes de localização, que falsificam os dados de GPS, utilizadas em vários tipos de golpes digitais. 

Benefícios das APIs

Leonardo Siqueira, diretor de data monetization da TIM, em conversa com Mobile Time, afirmou que as APIs das operadoras não pretendem e nem devem substituir outras iniciativas antifraude. “Hoje não tem ninguém com uma solução ‘one fits for all’, porque os problemas são diversos. Nós vamos entregar uma solução adicional”, comentou. 

Para as operadoras, contribuir para o combate às fraudes digitais é muito benéfico. Em primeiro lugar, pois a própria operadora pode ser responsabilizada judicialmente na ocorrência de alguns golpes. Já existem jurisprudências,isto é, históricos jurídicos, nos quais a operadora foi condenada a indenizar o consumidor após a ocorrência de uma fraude. 

Desta forma, participar ativamente do combate aos crimes digitais pode ser uma forma de diluir suas responsabilidades e evitar prejuízos financeiros e de imagem da marca no futuro. 

Além disso, a disponibilização de APIs é também um modelo de negócio. O acesso às APIs deve ser cobrado por chamada, gerando lucro financeiro para as empresas. 

Para os consumidores e para a gestão telecom das empresas, a notícia traz um avanço na luta contra as fraudes digitais. As APIs devem facilitar muito a vida dos desenvolvedores, possibilitando a criação de soluções digitais já integradas às redes. Os apps, em especial os ligados às instituições financeiras, devem se tornar mais seguros e a ocorrência de fraudes deve diminuir. 

Segundo a GSMA, o projeto garante a privacidade dos usuários e atende integralmente à LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).


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