21/12/2023 às 16h11min - Atualizada em 22/12/2023 às 00h00min

Pesquisa aponta que mulheres têm problemas de saúde duradouros após o parto

Ansiedade, depressão, dor durante a relação sexual, incontinência urinária e vários outros problemas, que afetam as mulheres no puerpério, são negligenciados

Maristela Girotto
Freepix
Mais de um terço das mulheres experimentam problemas de saúde duradouros após o parto, é o que aponta uma pesquisa divulgada, neste mês, pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Esse estudo mostra que há uma elevada carga de condições pós-natais que persistem nos meses ou mesmo anos após o parto, incluindo-se dor durante a relação sexual, dor lombar, incontinência urinária, ansiedade, depressão e dor perineal, entre outras.

Para o médico Caio Couto, coordenador de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Anchieta, pertencente à Kora Saúde, essa pesquisa traz dados muito importantes, porque eles dimensionam e estratificam os efeitos deletérios do pós-parto, como a falta de atenção e de cuidado. “A saúde da mulher, infelizmente, é muito negligenciada, e quando pensamos no período de puerpério, percebemos que não é dada a atenção que esse momento exige para a mulher”, afirma o médico.

De acordo com o obstetra, no puerpério pode haver muitas intercorrências, mas as orientações para as mulheres, muitas vezes, são escassas nesse momento. O médico explica que há patologias que ocorrem durante a gestação que precisam, posteriormente, serem monitoradas e exames que devem ser feitos.

“No término das seis semanas de puerpério, as mulheres que tiveram hipotireoidismo, diabetes gestacional, pré-eclâmpsia e hipertensão gestacional, entre outras, podem permanecer com efeitos deletérios dessas doenças”, informa o dr. Caio Couto. Essas enfermidades, segundo ele, podem permanecer, por exemplo, ao longo do resto da vida.

No pós-parto, a mulher passa por momentos de vulnerabilidade, no sentido de que muda toda a sua rotina, com filho, amamentação, e, por isso, a necessária consulta médica acaba não sendo possível.

“Nós vemos, infelizmente, que a saúde da mulher é negligenciada, nesse sentido, também pelos médicos. São raros os que realmente fazem esse rastreio no pós-puerpério para acompanhar, por exemplo, o hipotireoidismo e o diabetes gestacional”, cita o dr. Caio Couto, explicando que, ao término de seis semanas, esses exames precisam ser refeitos, justamente porque algumas mulheres vão permanecer com a doença.

Dados da pesquisa
O estudo, publicado no The Lancet Global Health, como parte de uma série especial sobre saúde materna, cita algumas das condições pós-natais que persistem nos meses ou mesmo anos após o parto:
  • dor durante a relação sexual (dispareunia), que afeta mais de um terço (35%) das mulheres,
  • dor lombar (32%),
  • incontinência anal (19%),
  • incontinência urinária (8-31%),
  • ansiedade (9 -24%),
  • depressão (11-17%),
  • dor perineal (11%),
  • medo do parto (tocofobia) (6-15%) e
  • infertilidade secundária (11%).
De acordo com a OMS, “muitas condições pós-parto causam sofrimento considerável na vida cotidiana das mulheres, muito depois do nascimento, tanto emocional como fisicamente, e ainda assim são largamente subestimadas, sub-reconhecidas e subnotificadas”.

Sobre a Kora Saúde
Um dos maiores grupos hospitalares do país, a Kora Saúde possui 17 hospitais espalhados pelo Brasil e está presente no Espírito Santo (Rede Meridional nas regiões de Cariacica, Vitória, Serra, Praia da Costa, em Vila Velha, e São Mateus); Ceará (Rede OTO, todos em Fortaleza); Tocantins (Medical Palmas e Santa Thereza na cidade de Palmas); Mato Grosso (Hospital São Mateus em Cuiabá); Goiás (Instituto de Neurologia de Goiânia e Hospital Encore); e Distrito Federal (Hospital Anchieta e Hospital São Francisco). O grupo possui mais de 2 mil leitos no país e 11 mil colaboradores. A Kora Saúde oferece um sistema de gestão inovador, parque tecnológico de ponta e alta qualidade hospitalar, com o compromisso de praticar medicina de excelência em todas as localidades onde está presente.
 

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