20/12/2023 às 08h08min - Atualizada em 21/12/2023 às 11h15min

Banco Central indica novos cortes de juros e reforça recado sobre metas para as contas públicas

Informações constam na ata da última reunião do Copom, quando taxa básica de juros passou de 12,25% para 11,75% ao ano. Patamar é o menor em quase dois anos.

AB NOTICIA NEWS
G1
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O Banco Central indicou nesta terça-feira (19) que vai prosseguir no processo de corte dos juros no ano de 2024. E reforçou o recado de que é importante o governo federal seguir buscando as metas indicadas para as contas públicas – incluindo a projeção de déficit zero no ano que vem.

"Com relação ao cenário fiscal, tendo em conta a importância da execução das metas fiscais já estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária, o Comitê reafirma a importância da firme persecução dessas metas", avaliou o BC.

As informações constam na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, realizada na semana passada, quando a taxa básica de juros da economia foi reduzida de 12,25% para 11,75% ao ano - o menor nível em quase dois anos. Foi o quarto corte seguido dos juros

A lógica é que, sem o atingimento da meta fiscal, o governo contribui para elevar o montante de recursos disponíveis na economia – e, consequentemente, há mais dificuldade em atingir as metas de inflação fixadas para 2024 e para 2025

É justamente para o atingimento dessas metas que o BC define o patamar da taxa de juros – que sobe para controlar a inflação e desce para estimular o consumo, a depender do cenário.


A instituição reiterou a visão de que um eventual "esmorecimento" no esforço de reformas estruturais e disciplina fiscal, assim como o aumento do crédito direcionado (BNDES, rural e habitacional, com juros menores) e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública têm o potencial de elevar a taxa de juros neutra da economia (que controla a inflação e permite crescimento do PIB).

O texto cita ainda, como consequência desse cenário, possíveis "impactos deletérios sobre a potência da política monetária [de definição da taxa de juros] e, consequentemente, sobre o custo de desinflação em termos de atividade".

As avaliações são divulgadas em um momento de dúvidas no mercado financeiro sobre o atingimento da meta de déficit fiscal zero em 2024, que depende do ingresso de um forte volume de arrecadação extraordinária.

Pesquisa realizada na semana passada pelo Ministério da Fazenda revela que o mercado projeta um resultado negativo de R$ 90 bilhões nas contas do governo no próximo ano.


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