18/12/2023 às 09h10min - Atualizada em 18/12/2023 às 09h15min

Banco Safra adere a plano de recuperação judicial da Americanas

Banco havia processado empresa há duas semanas contra andamento da proposta

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O banco Safra recuou nas críticas e decidiu aderir ao plano de recuperação judicial da Americanas duas semanas após entrar com uma ação para impedir o andamento do processo. A adesão foi revelada pelo colunista de O Globo Lauro Jardim e confirmada pela Folha.

A Americanas está em recuperação judicial desde janeiro, com dívidas declaradas de R$ 42,5 bilhões, e tem as maiores instituições financeiras do país como principais credoras.

Com a adesão do Safras, a Americanas consegue ultrapassar a marca de 50,01% de sua dívida detida por credores que concordem com sua proposta de recuperação judicial. Esse é o mínimo necessário para que seu plano judicial seja aprovado em assembleia.

 

No último dia 27, a empresa anunciou um acordo com Bradesco, BTG Pactual, Itaú e Santander, que detêm cerca de 35% da dívida da varejista. Na última terça (12), os bancos Votorantim e Daycoval aderiram ao plano. Na sexta-feira (15), foi a vez do Itaú Asset Management e do Banco ABC Brasil, conforme divulgado em fato relevante, o que elevava a adesão a 47% dos credores, nos cálculos da empresa.

A empresa precisava de novas confirmações de apoio até esta segunda (18) para alcançar o mínimo de credores com mais de 50% da dívida antes da assembleia geral prevista para a terça-feira (19).

O Safra tem R$ 2,5 bilhões a receber do total de R$ 42,5 bilhões (5,8%), o que eleva a porcentagem para cerca 53% da dívida nas mãos de credores que concordam com o plano de recuperação judicial.

 

A adesão representa um recuo no tom elevado do Safra nas últimas semanas. Há duas semanas, a instituição entrou com processo na Justiça do Rio para impedir que a varejista avançasse com o plano de reestruturação.

Na petição, o banco diz querer evitar que a aprovação do plano coloque "uma 'pá de cal' nas fraudes confessadas nas demonstrações financeiras de uma companhia de capital aberto".

A defesa do Safra condenava ainda a rapidez com que a varejista pretende aprovar o plano de recuperação judicial. "O objetivo é claro: empreender de forma açodada, ao encerrar das luzes de 2023, uma verdadeira 'corrida' para a aprovação 'à fórceps' do PRJ dentro do presente exercício fiscal em busca de benefícios tributários exclusivos para as recuperandas e as instituições financeiras coniventes com a fraude", dizia a petição.

 

Na ocasião, a Americanas reagiu afirmando que a "intenção [do Safra], desde o início, não era de negociar, mas apenas satisfazer os seus interesses particulares, sem quaisquer concessões, como é natural num processo de recuperação judicial".

Procurados neste domingo (17), nem o Safra nem a Americanas quiseram comentar o acordo.

A assembleia de credores da Americanas para aprovação do plano de recuperação judicial está marcada para esta terça, último dia útil do Judiciário em 2023. O plano inclui o aumento de capital da companhia via emissões de novas ações. Serão R$ 12 bilhões para os acionistas controladores -Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles- e até R$ 12 bilhões para os bancos, totalizando uma injeção de R$ 24 bilhões na empresa. Os bancos converterão a maior parte da dívida em ações da varejista.

 
 

 


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