18/12/2023 às 08h40min - Atualizada em 18/12/2023 às 08h40min

'Muitos pensam que o cara da quebrada não pode ser passivo no sexo', diz Bruno ZL, um dos maiores criadores de conteúdo +18 do Brasil

Jovem paulistano entrou no OnlyFans e no Privacy em 2022. Atualmente, ele está em mais duas plataformas e conta como elas transformaram a sua vida.

AB NOTICIA NEWS
G1
Reprodução

"Eu busco vender uma verdade, por isso sempre uso esses óculos Juliet". A fala é de Bruno ZL, de 23 anos. Para ele, é muito importante manter o "estilo marrento" nas nudes e nos vídeos de sexo vendidos no OnlyFans, Privacy e em mais duas plataformas +18.

"[Esse meu look] representa os meninos da periferia, de onde eu vim, a Vila Ema, na Zona Leste de São Paulo", diz Bruno, popularmente conhecido como "Novinho da ZL".

Assim como muitos brasileiros, o jovem recorreu à venda de conteúdo adulto para levantar uma grana. Uma reportagem do g1 publicada nesta semana contou os bastidores, as estratégias e a rotina de quem ganha a vida vendendo nudes e vídeos de sexo em sites +18.

Em média, esses profissionais mais populares dizem que é possível tirar de R$ 20 a 50 mil por mês. Mas esses valores podem chegar a R$ 100 mil, de acordo com João Finamor, professor de marketing digital da ESPM que acompanha esse mercado de perto.

'Meus vídeos sendo passivo são os que mais bombam'

Bruno ZL é um dos principais influencers de conteúdo adulto no universo gay, por isso ele grava transando com outros homens. Só nas redes sociais convencionais, são milhões de seguidores — no X (antigo Twitter), onde compartilha prévias de seu trabalho (conteúdo explícito), são mais de 1 milhão de seguidores.

Os primeiros conteúdos foram publicados em 2022, por influência de um amigo que já produzia conteúdo +18 no OnlyFans. Formado em direito, em sua decisão, pesou também a demissão de um estágio em um escritório de advocacia, no qual recebia R$ 500 por mês.

Como todo criador que está na internet, o de conteúdo adulto também está exposto a ataques e críticas. Bruno, por exemplo, não se livrou de estereótipos e de preconceitos por conta do visual:

Muitos pensam que o cara da quebrada não pode ser passivo no sexo, e eu tento quebrar esse pensamento. Por que eu, cheio de marra, tenho que ser só ativo? Curiosamente, os meus vídeos sendo passivo são os que mais bombam porque mexem com o imaginário de quem assiste.

️ Entre homossexuais, os termos ativo e passivo indicam suas preferências na hora do sexo. Em outras palavras, o ativo é quem penetra; o passivo é quem recebe a penetração.

No início, a rejeição dos familiares também pesou, mas Bruno não desistiu. "A minha família é muito conservadora, cristã, e foi difícil. Aconteceu uma vez de mostrarem um dos vídeos para o meu pai, e ele quase teve um infarto. Ficamos sem falar por um tempo. Hoje, está mais tranquilo, mas não tocamos nesse assunto".


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