16/12/2023 às 09h45min - Atualizada em 16/12/2023 às 09h50min

Indígenas da Grande BH atingidos por rompimento de barragem recebem curso de educação financeira

Rio Paraopeba, onde os indígenas Kamakã Kaê Há Puá pescavam, foi atingido por lama de minério da barragem da Vale que rompeu em 2019, e eles passaram a receber indenização da mineradora.

AB NOTICIA NEWS
G1
Reprodução

Indígenas da aldeia Kamakã Kaê Há Puá, em Esmeraldas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, estão recebendo aulas de educação financeira.

O Rio Paraopeba, onde eles pescavam, foi atingido pela lama de minério após o rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, e os indígenas passaram a receber uma indenização paga pela mineradora. Vieram as preocupações: o que fazer com o dinheiro? Como investir e aumentar a renda da comunidade?

A partir desse desafio, surgiu a ideia do curso de educação financeira. A sala de aula é a céu aberto, no quintal da aldeia.

 

"Uma primeira conversa é financeira, para, num segundo momento, a gente trazer uma educação mais empreendedora: como eu monto um negócio? Como é que eu vendo? Como é que eu compro?", explicou o gerente executivo da FGV Projetos, André Andrade.

A aldeia é formada por quase 100 pessoas, e quem participa da aula tem a missão de repassar o conhecimento. A dona de casa Elizabeth Anatuar quer mudar o jeito com que lida com o dinheiro.

"Se a gente separar R$ 0,20, R$ 0,50, até R$ 10, no final do ano, está com um dinheirinho bom", disse Elizabeth.

Para o técnico em homeopatia Paulinho Aranã, que cuida da saúde da comunidade, esse conhecimento traz independência.

"Tem indígena fazendo faculdade, tem indígena sendo advogado médico, juiz. Esse curso de como gastar, como economizar, como nao gastar é interessante porque isso traz pra gente uma autonomia"

O curso aborda assuntos como poupança, investimentos e o uso consciente do cartão de crédito. Tem ainda uma cartilha com outras dicas.

"Faz 20 anos que eu dou aula, mas é a primeira vez que faço uma aula nesse ambiente, para esse público, sempre na intenção de trazer um pouco do que eu estudo e do que eu ensino pra eles. [...] Tem sido recompensador, a ideia de conhecer um pouco mais, entender um pouco mais do dia dia, as demandas que eles têm, as preocupações, ter a oportunidade de conhecer tem sido espetacular", disse a professora de finanças da FGV, Claudia Yoshinaga.


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