13/12/2023 às 13h29min - Atualizada em 15/12/2023 às 00h01min

Com novo recuo, trajetória do IPM-H segue para tendência pré-pandemia

ndice atual dos preços de medicamentos acompanhou avanço da vacinação e queda dos números de pessoas com COVID-19

Bionexo
Getty Images

Pelo sétimo mês consecutivo, os preços de medicamentos adquiridos por hospitais recuam. A queda de 0,49% em novembro foi registrada pelo Índice de Preços de Medicamentos para Hospitais (IPM-H), calculado pela Fipe a partir de dados de transações realizadas na plataforma Bionexo – empresa de tecnologia SaaS, líder em soluções para gestão em saúde. 

A nova queda mensal abrangeu a maioria dos grupos terapêuticos que integram a cesta do índice: aparelho cardiovascular (-5,83%); anti-infecciosos gerais para uso sistêmico (-3,66%); sangue e órgãos hematopoiéticos          (-2,22%); sistema musculoesquelético (-2,14%); aparelho digestivo e metabolismo (-1,25%); sistema nervoso (-0,84%); e preparados hormonais (-0,76%). Por outro lado, houve incremento mensal nos preços dos seguintes grupos: aparelho geniturinário (+2,02%); imunoterápicos, vacinas e antialérgicos (+1,25%); órgãos sensitivos (+0,84%); agentes antineoplásicos (+0,82%); e aparelho respiratório (+0,65%). 

Segundo Bruno Oliva, economista e pesquisador da Fipe: "A convergência do IPM-H em relação à sua trajetória pré-pandemia pode ser observada ao menos desde meados de 2021 e resulta da acomodação dos preços de alguns dos grupos e medicamentos que mais foram demandados pelos hospitais no enfrentamento das fases mais críticas da COVID-19. Incluem-se nesse rol medicamentos anti-infecciosos gerais para uso sistêmico, fármacos atuantes sobre o sistema nervoso, sistema musculoesquelético, aparelho digestivo e metabolismo. Essa convergência, contudo, não significa que os preços dos medicamentos regrediram ao patamar pré-pandemia: na média, houve um aumento de 12,74% desde fevereiro de 2020, sendo que alguns grupos apresentaram uma valorização até quatro vezes maior que a do IPM-H, como é o caso de medicamentos atuantes no aparelho genitourinário. Outros grupos, em contraste, registraram queda ou uma alta mais moderada, a exemplo dos medicamentos antineoplásicos (quimioterápicos), que têm peso elevado no cálculo do índice."
Em termos comparativos, a prévia do IPCA/IBGE de novembro, dada pelo IPCA-15/IBGE*, indicou uma inflação ao consumidor de 0,28%, em paralelo ao aumento de 0,59% apurado pelo IGP-M/FGV. Além disso, dados apurados pelo Banco Central indicaram um recuo de 3,29% na taxa média de câmbio, o que corresponde a uma apreciação da moeda brasileira no mercado.

FONTE: FIPE, COM BASE EM DADOS DE TRANSAÇÕES DA PLATAFORMA BIONEXO

 

FONTE: FIPE, COM BASE EM DADOS DE TRANSAÇÕES DA PLATAFORMA BIONEXO

No balanço parcial de 2023, os preços dos medicamentos para hospitais acumulam uma queda de 6,95%. 

FONTE: FIPE, COM BASE EM DADOS DE TRANSAÇÕES DA PLATAFORMA BIONEXO

Já nos últimos 12 meses encerrados em novembro, a retração apurada pelo IPM-H é de 6,83%, em termos nominais. O resultado negativo do índice pode ser atribuído ao comportamento dos preços nos grupos terapêuticos: sistema nervoso (-30,53%); aparelho digestivo e metabolismo (-13,91%); sangue e órgãos hematopoiéticos (-12,64%); sistema musculoesquelético (-8,30%); anti-infecciosos gerais para uso sistêmico (-4,88%); aparelho cardiovascular (-2,22%); agentes antineoplásicos (-1,63%); imunoterápicos, vacinas e antialérgicos (-0,54%); e órgãos sensitivos (-0,19%). Em contraste, os demais grupos da cesta do índice apresentaram incremento nos seus preços em um ano: aparelho respiratório (+5,52%); preparados hormonais (+1,74%); e aparelho geniturinário (+1,43%).

 

FONTE: FIPE, COM BASE EM DADOS DE TRANSAÇÕES DA PLATAFORMA BIONEXO. 

Em uma perspectiva histórica, que leva em consideração a trajetória dos preços de medicamentos para hospitais desde o início da pandemia, o IPM-H acumula uma alta nominal de 12,74%, atingindo, em novembro, a tendência pré-pandemia. Esse resultado pode ser atribuído à estabilização dos preços com o avanço da vacinação e a queda de pessoas com COVID-19. Isso inclui medicamentos anti-infecciosos, sistemas nervoso e musculoesquelético, aparelho digestivo e metabolismo.

FONTE: FIPE, COM BASE EM DADOS DE TRANSAÇÕES DA PLATAFORMA BIONEXO. 

Acesse aqui a íntegra do informe do IPM-H de novembro/2023.

Sobre o IPM-H 

O Índice de Preços de Medicamentos para Hospitais (IPM-H) é uma parceria entre a Fipe e a Bionexo para disponibilizar informações inéditas e de interesse público relacionadas à área de saúde, com foco no comportamento de preços de medicamentos transacionados entre fornecedores e hospitais no mercado brasileiro. O IPM-H é elaborado com base nos dados de transações realizadas desde janeiro de 2015 pela plataforma healthtech, onde são transacionados mais de R$ 17 bilhões de negócios por ano no mercado da saúde, o que representa cerca de 20% do que é negociado no mercado privado nacional. 

A Bionexo conecta mais de três mil instituições de saúde a mais de 30 mil fornecedores de medicamentos e suprimentos hospitalares. A cada mês e para cada grupo de medicamentos, a FIPE calcula o índice de variação do seu preço em relação ao mês de referência, levando em consideração algumas variáveis que podem ser relevantes para determinar o preço das negociações, incluindo: (i) quantidade de produtos transacionada; (ii) distância geográfica entre hospitais e fornecedores.

Os medicamentos são agrupados em 13 grupos terapêuticos (classificação da ATC) e ponderados de acordo com uma cesta de valor total transacionado na plataforma Bionexo no ano anterior. O IPM-H consolida o comportamento dos índices dos preços de cada grupo terapêutico, também ponderados pelo valor transacionado do grupo na plataforma. Embora possam estar correlacionados, o comportamento do IPM-H não mensura o comportamento dos preços de medicamentos em farmácias, isto é, nos preços ao consumidor final (segmento varejo). Além disso, o IPM-H não é uma medida de variação dos custos dos hospitais e/ou planos de saúde, que envolvem também gastos com equipamentos, procedimentos, materiais, recursos humanos, protocolos de tratamento/atendimento e segundo frequência de uso.


Este conteúdo foi distribuído pela plataforma SALA DA NOTÍCIA e elaborado/criado pelo Assessor(a):
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