ReproduçãoO ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem sinalizado apoio ao nome do deputado federal Ricardo Salles para a prefeitura de São Paulo em 2024. Mas também avalia outro aliado para a disputa na capital: o senador e astronauta Marcos Pontes. Ambos são filiados ao PL.
O apoio a Salles enfrenta resistência dentro do PL e do Palácio dos Bandeirantes. A avaliação é de que o partido precisa lançar um nome de centro-direita para ser competitivo na capital.
Uma pesquisa de intenção de voto encomendada pela sigla e realizada neste mês aponta que Pontes, ex-ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, aparece numericamente à frente de Salles em São Paulo. Ao contrário do ex-colega de esplanada, Pontes ainda não manifestou abertamente o desejo de concorrer – diz que “não é a hora certa e nem o momento certo pra decidir.”
Bolsonaro tem resistido a apoiar Ricardo Nunes (MDB), por causa da postura vai e vem do prefeito: busca uma aproximação, de olho nos votos dos bolsonaristas, mas também mantém um afastamento estratégico. Um dos episódios que mais incomodaram o ex-presidente foi quando o prefeito disse em um evento em São Paulo “não ter proximidade” com ele.
Já os acenos ao seu ex-ministro do Meio Ambiente e aliado próximo têm se intensificado. Na última terça (12), na sede do PL em Brasília, disse que “é simpático a ele” e falou em “Salles prefeito”.
Enquanto o cenário no campo da esquerda está mais definido, o da direita segue incerto. O PL ainda não definiu se apoiará Nunes, ficando com a vice, como defende uma ala do partido, ou se lançará um candidato próprio na maior capital do país.
A eleição na capital paulista é vista como estratégica para o PL, que quer evitar a vitória de Guilherme Boulos (PSOL) e que o oponente ganhe projeção para 2026.
Valdemar Costa Neto, presidente do PL, já defendeu o nome de Marta Suplicy, hoje cotada para vice de Boulos, para compor a chapa com Nunes. Mas a ideia enfrenta bastante resistência por parte de Bolsonaro e de bolsonaristas, especialmente pelo fato de a ex-prefeita e hoje secretária de Relações Internacionais da capital ter sido filiada ao PT por mais de 30 anos.
Outros nomes também são mencionados por interlocutores como opções para vice no campo da direita, como o do número dois da Segurança Pública de São Paulo, Osvaldo Nico, da secretária de Políticas para a Mulher de São Paulo, Sonaira Fernandes (Republicanos), do deputado estadual Tomé Abduch (Republicanos) e do ex-chefe da Secom Fabio Wajngarten.
Salles pode se candidatar pelo PL ou por outro partido – o cenário mais provável, caso saia do PL, seria migrar para o PRD (Partido Renovação Democrática), fusão entre PTB e Patriota. Para se desfiliar da sigla, precisa de uma carta de autorização de Valdemar, o que ainda não avançou.
