Reprodução"Eu sempre falava com ele, mas já havia uns 12 anos que não o via. Nonato me tirou das ruas e me deu um trabalho, um teto, comida, uma renda fixa por semana", relembrou o advogado em entrevista para o G1.
"Ele foi fundamental para minha vida. Após conseguir emprego, eu pensei em estudar. E hoje estou aqui. Formado e atuando na área que sempre sonhei. Uma vida nova graças a essa amizade", continuou.
Sérgio Chaves e Raimundo Nascimento se conheceram em 2002, quando o advogado se mudou para Fortaleza após viver em Teresina. Raimundo era proprietário de uma lava a jato e foi quem deu a oportunidade de trabalho a Sérgio, tirando-o das ruas. Apesar de não se encontrarem pessoalmente há 12 anos, eles mantiveram contato por telefone e pelas redes sociais.
"Parece coisa de filme. O Nonato foi o homem que me tirou das ruas. Foi ele que me deu oportunidade de trabalho no lava jato e ele teve um probleminha pessoal com a Justiça e fiquei com ele. Fui o advogado dele. É o mínimo que posso fazer por ele", contou Sérgio.
No fim, o advogado conseguiu um acordo entre as partes e seu cliente e amigo continuará com seu réu primário.
"Fizemos um acordo de não persecução penal e o Nonato continuará réu primário. Ainda não foi homologado no processo. O importante é que o ajudei e estou feliz por isso. Gratificante para mim como pessoa. Um dia muito feliz para mim", disse.
"O acordo de não persecução penal pode ser definido como uma espécie de negócio jurídico pré-processual entre o Ministério Público e o investigado, assistido por seu defensor. Nele, as partes negociam cláusulas a serem cumpridas pelo acusado, que, ao final, será favorecido pela extinção da punibilidade", explicou.
