03/01/2020 às 18h54min - Atualizada em 03/01/2020 às 18h54min

'Esse governo é só para aliados', diz cientista político

Ab Noticia News
Estadão Conteúdo 03/01/20
Reprodução
Por Paula Reverbel
O cientista político Marco Antonio Teixeira, da Fundação Getulio Vargas de São Paulo, avaliou o levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo sobre a agenda pública do presidente Jair Bolsonaro. O levantamento mostra que, quando não esteve reunido com políticos, o presidente dedicou cerca de 30% da sua agenda em 2019 a eventos com militares e religiosos. Na avaliação de Teixeira, a agenda de Bolsonaro mostra que o governo exclui uma parte da sociedade em suas decisões.


Como interpreta os resultados do levantamento do jornal O Estado de S. Paulo?

Aí tem um dado da democracia, né? Um presidente é eleito por uma parte da sociedade - vai ter lá seus 50%, 60% dos votos, enquanto o candidato derrotado tem cerca de 40% -, mas isso não significa que ele tem que governar apenas para esses 50% ou 60%. Ele tem que governar para todo mundo. Então fica aí muito evidenciado que a agenda é uma agenda de aliados. Onde estão os outros grupos? Talvez pareça meio lunático, mas cadê o Movimento Sem Terra (MST), por exemplo, que seria a antítese do agronegócio?

Outros governos tinham uma postura diferente?

Dentro do governo Lula, por exemplo, havia pessoas ligadas aos sem terra no Ministério do Desenvolvimento Agrário, e pessoas ligadas ao agronegócio no Ministério da Agricultura. Ele procurou trazer para dentro esses polos opostos. A gestão Bolsonaro tem sido de confronto. A agenda dele mostra isso, é um governo que tem um lado. O outro lado, que também é cidadão, aparentemente está excluído.

Por que militares e empresários receberam destaque?

Além da origem do presidente, talvez a presença muito forte dos militares tenha a ver também com a reforma da Previdência. Os militares de alta patente se saíram muito melhor do que teriam se saído no governo Temer. O segundo grupo, dos empresários, é o segmento que tem se mantido mais fiel ao governo, sobretudo se considerarmos setores como o agronegócio e o setor varejista.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 


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