28/11/2023 às 23h02min - Atualizada em 03/12/2023 às 00h01min

Filósofo e Sociólogo analisa os temas trazidos pelo Enem 2023 após críticas ao exame

Luiz Felipe destaca aspectos da prova, aponta desafios educacionais e a importância de habilidades contemporâneas

Fabiano de Abreu
© Divulgação / MF Press Global
O primeiro dia de provas do Enem de 2023 trouxe uma avaliação peculiar, na visão do filósofo e sociólogo  Luiz Felipe Gonçalves de Carvalho. Contrariando a ideia de um exame "ideológico" em sua totalidade, Carvalho ressalta que tal termo não faz sentido quando aplicado ao conjunto da prova.

Carvalho destaca a exigência de pensamento crítico, interpretação de texto e a necessidade de estabelecer conexões entre diferentes campos do conhecimento como pontos positivos da prova. Além disso, aponta a abordagem de temas atuais, como saúde mental, política de identidade e fake news, destacando o dilema global sobre a adaptação da educação às rápidas mudanças do mundo moderno.


Para ele, o mundo vive um dilema imenso sobre como adequar a educação para as exigências do mundo moderno, onde as mudanças são extremamente velozes, “Antes da internet e dos smartphones, uma ótima memória e uma enciclopédia era uma necessidade. Hoje, a necessidade maior é a capacidade de selecionar entre a quantidade de informações disponíveis, aprendendo como lidar com tantos estímulos contínuos”, explica  Felipe.

Um ponto relevante mencionado pelo filósofo é a abordagem de questões filosóficas sobre a essência do ser, “Uma análise aprofundada sobre a dualidade entre um texto "determinista" e uma citação de Jean-Paul Sartre, mestre do existencialismo francês, revela a busca pela compreensão da própria existência”, acrescenta.

Carvalho alerta sobre os riscos da deseducação no contexto atual, enfatizando o possível isolamento de ideias provocado por algoritmos e a dificuldade em lidar com a avalanche de informações. Na perspectiva de Sartre, Heidegger e Freud, destaca a importância de aprender a lidar consigo mesmo antes de buscar incessantemente a "felicidade".

O filósofo questiona como ponto extra a se discutir, se não seria crucial incluir competências essenciais ao mundo moderno, como a capacidade de lidar com o excesso de informações, aprender sobre fontes confiáveis e o convívio com ideias diversas no currículo educacional. Já que o ENEM, como um evento educacional significativo, desperta reflexões sobre os rumos da educação no século XXI e a necessidade de preparar as gerações futuras para os desafios contemporâneos.

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