30/12/2019 às 20h47min - Atualizada em 30/12/2019 às 20h47min

Em Portugal: “Não te julgo, Ajudo-te!”

De norte a sul do país foi realizada a “Caminhada Help” contra a depressão e o suicídio. Saiba mais

Ab Noticia News
Estadão Conteúdo 30/12/19
Reprodução

Aos 5 anos, a minha guarda foi retirada da minha mãe e passou para o meu pai; foi aí que comecei a sofrer com a depressão, pois minha mãe era tudo para mim. Revoltei-me com todas as pessoas da minha família e passei a odiar a minha avó, até o ponto de desejar a sua morte. Brigávamos muito em casa. Fazia de tudo para colocar meu pai e meu irmão contra ela. Aos 9 anos, conheci o tabaco, no qual fiquei viciada; aos 11 anos que comecei a me automutilar nos tornozelos, pois não queria que ninguém soubesse o que eu fazia. Após uma discussão com a minha avó, fui expulsa de casa, quando me aprofundei nas drogas e na bebida. Também tive várias decepções amorosas, então, veio a depressão… Tentei o suicídio por três vezes, mas graças a Deus, nenhuma tentativa deu certo”.

O desconcertante relato é da jovem Tatiana que, apesar de ter vivido tanta coisa ruim, hoje, ela não sofre mais com esses transtornos, mas – infelizmente – ela fez parte de uma triste realidade que ainda atinge milhares de adolescentes e jovens no mundo todo.

Segundo um estudo realizado pela revista científica “The Lancet Psychiatry”, que analisou dados de 20.163 pessoas nos anos de 2000, 2007 e 2014, relatou que durante este período, as ocorrências de automutilação passaram de 2,4% para 6,4% entre os adolescentes e jovens, com o dobro da incidência entre as mulheres, ou seja, uma em cada cinco se automutila.

A automutilação é caracterizada por machucados intencionais. Eles são feitos de forma superficial com pequenos cortes e em regiões que podem ser cobertas por roupas. As causas da automutilação incluem bullying, abuso (físico, emocional ou sexual) ou falta de suporte familiar. Pode ser também o sintoma de depressão, ansiedade ou transtorno alimentar.

“Não te julgo, Ajudo-te!”

Com a frase descrita em faixas e revistas que abordam o assunto, integrantes do grupo Força Jovem Universal Portugal, saíram as ruas de norte a sul do país para conscientizar as pessoas que a automutilação e o suicídio não são a solução para a tristeza e a depressão que sentem.

Durante a caminhada, outras pessoas que apoiam a causa se juntaram ao grupo. Dentre elas, estava a doutora Adela, a psicóloga nasceu na Argentina e atualmente vive em Portugal. Na ocasião, relatou que ficou muito feliz com a iniciativa do grupo.

“No fundo, vocês estão me ajudando também, porque eu, sozinha, jamais poderia ajudar a tantas pessoas”, disse.

O Pastor Philippe Mendes (foto ao lado) é o atual responsável pelo trabalho da Universal com os jovens no país. À frente da caminhada, ela destacou a importância de campanhas que conscientizem e salvem pessoas da automutilação e das tentativas de suicídio.

“O Projeto Help tem o intuito de alcançar todos os jovens que estão se automutilando, pensando em tirar a própria vida, com depressão. Temos visto nos jornais que o índice de suicídio entre os jovens tem aumentado a cada dia. Pois, muitos carregam dentro de si uma dor, uma tristeza. E o projeto Help tem o intuito de ajudar justamente a estes jovens”, comentou o Pastor.

Assista ao vídeo abaixo:

Quem deseja receber ajuda do Projeto Help deve procurar uma Universal mais próxima e se informar com o pastor responsável da FJU ou entrar em contato com o grupo, por meio das redes sociais.


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