30/12/2019 às 20h37min - Atualizada em 30/12/2019 às 20h37min

Indústria da solidão explora milhões de vítimas

Sociedade doente dá dinheiro para acompanhar, abraçar ou simplesmente tocar pessoas

Ab Noticia News
Folha Universal
Reprodução

Quanto você pagaria para alguém ouvir o que você tem a dizer? Quanto pagaria por um abraço, ou para tocar o braço de alguém? Menos do que isso: Quanto você investiria em um travesseiro que imita o formato do braço de um homem?

Esses são alguns dos produtos que a indústria da solidão tem vendido no mundo inteiro.

Nos Estados Unidos (EUA), por exemplo, um site oferece o serviço de “acompanhante de caminhada”. O cliente investe até U$ 21 (cerca de R$ 85) para que alguém ande ao lado dele.

Já um aplicativo japonês cobra mais caro de quem quer companhia para ir a eventos sociais, como um funeral ou um jantar familiar após um divórcio.

Em diversos países do mundo existe o site “Amigo de Aluguel”. Com ele, clientes pagam até U$ 50 (aproximadamente R$ 200) para alugar um amigo por algumas horas.

Já o travesseiro que imita o corpo de um homem musculoso (braço e tronco) está à venda também no Brasil. A propaganda diz que o cliente não vai se sentir sozinho durante as noites. Será verdade?

Lucrando com a dor

Todos esses produtos exploram uma epidemia mundial: a solidão. O Sistema de Saúde dos EUA chegou à conclusão que a solidão é mais prejudicial do que a obesidade. Se sentir sozinho equivale a fumar 15 cigarros por dia. Mais do que isso: 46% da população do país se sente solitária.

Deve ser por isso que lá existe um site que cobra para o cliente poder tocar uma pessoa. Sem nenhum cunho sexual. Apenas encostar a mão no braço ou nos cabelos do “produto humano”.

Durante o programa “The Love School – A Escola do Amor”, o Bispo Carlos Cucato declarou que, “se existe um produto assim, é porque tem gente que compra”. De acordo com ele, esse comércio “mostra como a sociedade, como as pessoas estão carentes. Porque chegar ao ponto de ter que pagar para alguém me dar um abraço por causa da solidão que estou sentindo, mostra o nível de solidão e carência em que as pessoas se encontram”.

E, para ele, é preocupante que a sociedade veja esse tipo de produto com naturalidade. Isso porque, enquanto as pessoas não entenderem o quão grave é existir clientes para esse tipo de produto, não se esforçarão para preencher o vazio que carregam em si.

A apresentadora Cintia Cucato afirma que “pagar para ter um carinho, um aconchego é até triste. Porque, realmente, a sociedade está se distanciando a ponto de a pessoa não encontrar isso nem na família”.

Para ela, “é aí que a gente vê que o mercado da carência está rendendo muito bem”.

Assista à íntegra do quadro 3×4, em que o casal abordou o tema, no vídeo abaixo:


 
 


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