17/11/2023 às 11h52min - Atualizada em 20/11/2023 às 00h01min

Podcast Curso da Vida lança episódio sobre sexualidade, afetividade e questões de gênero na velhice

No quarto episódio, o debate se aprofunda nos tabus e subjetividades da velhice quando o assunto é orientação e atividade sexual

SI Comunicação
Divulgação
 

Falar sobre sexualidade, afetividade e questões de gênero costuma ser um tabu ainda maior “nas velhices”, que são vividas de maneiras distintas por diferentes grupos sociais. Até muito recentemente a fase idosa era vista como uma experiência assexual, desconsiderando as subjetividades desse grupo. Esse é o tema do novo episódio do podcast ‘Curso da Vida’, que traz debates pela ótica do envelhecimento, com base nos temas abordados na Revista Mais 60, publicação do Sesc São Paulo. Intitulado “Gênero e sexualidade de pessoas 60+”, o quarto episódio estreia dia 15 de novembro nos serviços de streaming de áudio. No bate-papo, os apresentadores Renan Sukevicius e Juliana Dantas recebem Guita Grin Debert, antropóloga e professora emérita da Unicamp; o escritor João Silvério Trevisan; e Dirce Ferreira, digital influencer.

Um dos maiores tabus é identificar que nem todo mundo é heterossexual. Reconhecer essa realidade é fundamental para os estudos no campo da gerontologia LGBTQIA+, que começa a avançar no Brasil. Segundo Guita, nas pesquisas sobre a velhice, a heterossexualidade sempre foi uma dimensão fundamental. “Há uma certa crítica ao modo como se trabalhou com a questão de gênero nos estudos sobre a velhice. Atualmente, cada vez mais está sendo criada essa nova área de estudos na qual a ideia é tentar refletir e pesquisar sobre a experiência de envelhecimento de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros”, pontua. 

E os dados reforçam a importância de tratar sobre esse tema também na fase da velhice. Afinal, o Censo 2022, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou que o número de idosos cresceu 57,4% em comparação com o censo de 2010. Enquanto em 1980 os idosos compunham 4% da população do Brasil, esse percentual subiu para 7,4% em 2010 e alcançou 10,9% em 2022, taxa que corresponde a aproximadamente 22 milhões de pessoas. 

Segundo a apresentadora Juliana, as sociedades mais conservadoras acreditam que o sexo é apenas para reprodução, mas há um argumento que deve ser utilizado para derrubar esse estigma: a saúde. Ainda de acordo com Guita, trata-se de considerar que é possível ser ativo sexualmente ao longo de todas as etapas em que a vida se desdobra, inclusive na velhice. “Quando a sexualidade, que poderia ser algo subversivo do ponto de vista mais conservador, se transforma numa questão de saúde, ela perde essa conotação e passa a ser algo que as pessoas precisam fazer e devem fazer, por isso, a gente fala da sexualidade politicamente correta”, acrescenta. 

Há que se pensar também na solidão durante a velhice, que tende a ser ainda mais implacável na vida de idosos LGBTQIA+. Existem estudos que realçam a solidão desse grupo, que pode viver mais sozinho do que a média da população, pois, geralmente não tem filhos e enfrenta a possibilidade de rompimento das relações com a família de origem. Por outro lado, surgem pesquisas sobre os aspectos positivos, que incluem a criação de uma rede de apoio composta por amizades e que funciona como uma espécie de família de adoção.

O podcast está sendo lançado em paralelo à celebração dos 60 anos do Trabalho Social com Pessoa Idosa, uma iniciativa da instituição pioneira no Brasil, presente hoje em mais de 40 unidades no estado. 

 60 anos do Trabalho Social com Pessoa Idosa

O Sesc São Paulo celebra 60 anos de um dos mais longevos e importantes trabalhos da instituição. Uma iniciativa pioneira no Brasil que se tornou programa permanente e hoje está presente nas mais de 40 unidades em todo o estado. Sob a perspectiva da valorização da cultura do envelhecimento e do protagonismo da pessoa idosa, rompendo com pensamentos estereotipados, limitantes e preconceituosos, o Trabalho Social com Pessoa Idosa oferece diversas atividades artísticas, reflexivas e corporais.

O programa é dividido em três eixos: Sociedade e Cidadania – atividades de reflexão, trocas e experimentações para a vivência individual e coletiva; Corpo e movimento – são as atividades ligadas à saúde física e mental, bem-estar e cuidado com o corpo idoso; e Arte e expressão – que engloba a interação dos idosos com as artes nas suas mais variadas definições.

O Trabalho Social com Pessoa Idosa também promove encontros e seminários e edita a Revista Mais 60 - Estudos sobre o envelhecimento, uma das primeiras e principais publicações brasileiras do gênero e que até hoje é um importante espaço para a divulgação de investigações no campo do envelhecimento, com artigos acadêmicos e relatos de experiência realizadas no Sesc.

Em 2022, com um cenário ainda de pandemia de Covid-19, foram beneficiadas mais de 46 mil pessoas idosas nas 458 ações realizadas e outras 14 mil participaram dos 430 cursos e oficinas. Em 2019, o número de atendidos foi ainda maior: mais de 81 mil pessoas idosas.

A programação completa dos 60 anos do Trabalho Social com Pessoa Idosa está disponível em sescsp.org.br/tsi   

 

SERVIÇO:

Podcast ‘Curso da Vida’ 

Lançamento: Sesc São Paulo (sescsp.org.br/cursodavida) nos streamings de áudio

Este conteúdo foi distribuído pela plataforma SALA DA NOTÍCIA e elaborado/criado pelo Assessor(a):
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