ReproduçãoO Greenpeace e a organização indonésia Auriga Nusantara apresentaram, na última semana, uma queixa ao Forest Stewardshio Council (FSC) - principal selo de produtos florestais do mundo - pedindo o cancelamento das certificações ambientais de empresas adquiridas pela Paper Excellence. Conforme divulgado pela coluna Radar Econômico, da Veja, as ONGs pedem que o FSC reconheça oficialmente a conexão entre a Paper Excellence e a Asia Pulp & Paper (APP), uma empresa com histórico de destruição de florestas tropicais em todo o mundo.
Ainda conforme a coluna, uma investigação feita por várias ONGs, publicada em 2022, concluiu que a Paper Excellence e a APP são empresas “irmãs”, controladas pelo grupo Sinar Mas, da família indonésia Widjaja. Entre as provas estão documentos corporativos, registro de lobby e documentos oficiais.
A Paper é controlada pelo empresário Jackson Widjaja, que já recebeu, em 2019, visita de Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro e do então vice-presidente, Hamilton Mourão.
A APP já foi banida em 2007 pela FSC devido ao seu envolvimento em conflitos sociais e destruição ambiental. Ainda assim, parte das operações de empresas adquiridas pela Paper Excellence na América do Norte seguem recebendo o selo. Em contrapartida, diversos varejistas e indústrias exigem a certificação FSC para adquirir produtos de origem florestal, como papéis e embalagens.
No Brasil, a Paper Excellence tenta, na Justiça, assumir 100% da Eldorado Brasil Celulose, empresa controlada pela J&F Investimentos e que possui certificado do FSC. O grupo possui mais de 400 mil hectares de florestas e áreas de conservação no Mato Grosso do Sul.
Em nota enviada ao Radar Econômico, a Paper Excellence informou que ela e a APP são entidades independentes e nenhuma delas possui controle uma da outra. "A Paper Excellence é um dos maiores detentores de certificados FSC do mundo. Anualmente, todas as operações da PE passam por auditorias de manutenção de certificação. Inclusive, recentemente, foram feitas auditorias e não foi encontrada nenhuma justificativa para a possível remoção da PE do programa", finaliza.
