Artigo: a importância da recomposição da aprendizagem

A pandemia do Covid-19 trouxe para nosso vocabulário educacional mais uma palavra entre tantas que usamos cotidianamente: recomposição da aprendizagem. O termo veio para, mais uma vez, mostrar que ainda temos muitos estudantes que não estão conseguindo assimilar as habilidades básicas do Ensino Fundamental I e II.  É importante salientar que em 2019 já havia um sinal amarelo em relação à aprendizagem e à quantidade de jovens fora da escola - e isso só aumentou com a pandemia. Os dados abaixo foram compilados por INEP e Saresp:

• 2019 – 1,5 milhão de jovens entre 15 e 17 anos fora da escola
• 2020 – Taxa de abandono de 2,3% 
• 2021 – Taxa de abandono de 5,6%
• 2021 – 96,6% dos estudantes da rede estadual de São Paulo se formaram no ensino médio com um desempenho abaixo do adequado em matemática. 

Enquanto buscamos a normalidade, é importante abordar as lacunas de aprendizagem que surgiram durante esse período. Além disso, surge uma dúvida que se tornou uma constante: afinal, reforço e recomposição são a mesma coisa?

Apesar de muitas acharem que esses termos são semelhantes, eles não são iguais. Quando se fala em reforço, pressupõe-se recuperar um conteúdo ou habilidade de um ou outro estudante que não teve o resultado esperado ao fim do ciclo/bimestre/aula. Para isso, em algum momento da aula ou no contraturno, é feita uma retomada desse conteúdo para esclarecer essas dúvidas.

Já a recomposição da aprendizagem é um conjunto de ações para garantir a assimilação de todo o conhecimento que foi comprometido durante a pandemia.  Trata-se de um conjunto de ações, porque envolve acolhimento aos alunos e professores, um diagnóstico bem feito, uma adaptação curricular, estratégias avaliativas e formação de professores. A soma de todas essas ações é fundamental para garantir a recomposição da aprendizagem

Qual a importância da recomposição da aprendizagem?

A recomposição da aprendizagem é importante porque com a readaptação curricular é possível alinhar as prioridades do ensino e as habilidades que necessitam de mais atenção e, assim, traçar novas diretrizes e novas estratégias para recompor todo conteúdo que foi perdido e está atrasado. Desta forma, é possível que o aluno - por meio de diversas ações - retome o conhecimento que deixou para trás diante das já conhecidas dificuldades associadas ao período do ensino remoto. Assegurar que os estudantes estejam dentro da escola e recuperando os conteúdos perdidos é fundamental para a melhoria não somente da educação, mas também da vida pessoal e profissional dos alunos.


*Fabiana Itacaramby é colaboradora do Instituto Âncora Educação. Professora formada pela Universidade Estadual de Goiás, especialista em Leitura Teórica e Prática e finalizando a Pós em Alfabetização e Letramento. Atua desde 1998 na área da educação, exercendo várias funções.

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