A empresa responsável por contratar os trabalhadores rurais envolvidos em acidente, na manhã de quinta-feira (16), entre Avaré e Itatinga (SP), responde por mais de 1.000 processos e ações trabalhistas no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) e Ministério Público do Trabalho (MPT).
O ônibus transportava 39 trabalhadores para uma fazenda de laranjas, em Avaré, quando caiu em uma ribanceira e capotou, na Estrada Vicinal Padre Léo Kruch. O acidente provocou a morte de Bruno Augusto Fernandes Paulo, de 28 anos, e deixou outras 38 pessoas feridas.
A Procuradoria Regional do Trabalho (PRT) de Campinas (SP) abriu um inquérito para apurar as condições de transporte dos trabalhadores, além de outras possíveis irregularidades contratuais da empresa Cutrale.
Conforme apurado pelo g1, a companhia, uma das principais produtoras e exportadoras de suco de laranja, possui uma extensa lista de processos trabalhistas.
De acordo com a Justiça do Trabalho de Campinas, a empresa é alvo em 1.136 processos ativos, que incluem ações trabalhistas e ações civis coletivas, entre 1989 e 2023. Veja no gráfico abaixo todos os procedimentos:
Já no MPT, há cinco inquéritos ativos contra a Cutrale e o órgão atua em ao menos oito ações coletivas contra a empresa. A maioria dos processos, segundo a Procuradoria, correm desde 2012.
Dos processos que atualmente correm no MPT, três são referentes à saúde e segurança no trabalho, um sobre acessibilidade e outro de informalidade no contrato de trabalho.
ACIDENTE
Conforme o relato do motorista à polícia, o pneu direito da frente estourou. Com isso, o ônibus invadiu o canteiro lateral, caiu em uma ribanceira de nove metros e capotou. Ele alegou que estava a 60km/h. Segundo a Polícia Civil, o ônibus pertence à uma empresa terceirizada.