Neste cenário, Henrique Galvani, COO da Arara Seed,primeira plataforma de equity crowdfunding em startups do agronegócio, destaca que a modalidade de Fiagro, tem sido de grande importância para a potencialização dos investimentos no segmento agrícola.
“Conforme a Anbima, em setembro, 77,5% do capital levantado por esses fundos veio de pessoas físicas, isso mostra que a adesão da modalidade Fiagro tem despertado o interesse dos investidores”, explica Galvani.
Atualmente, o modelo de investimento possui três principais tipos, sendo eles: Fiagro-FIDC, no qual os recursos são investidos em direitos creditórios do agronegócio; Fiagro-FII, em que as aplicações são feitas em propriedades imobiliárias rurais; e, Fiagro-FIP, que permitem o investimento em participações societárias de empresas do setor agropecuário.
Segundo Galvani, o Fiagro busca impulsionar o desenvolvimento do agronegócio e as vantagens de aplicação nesta modalidade incluem a exposição ao setor agroindustrial brasileiro, diversificação da carteira de investimentos e potencial de retorno financeiro.
“Cada modalidade oferece um benefício diferente para o ecossistema, por exemplo, o Fiagro-FIDC permite que os produtores rurais possam antecipar recursos para manter as operações antes da venda da safra, garantindo a saúde financeira das atividades agropecuárias; já no Fiagro-FII os recursos são investidos em ativos como terras e imóveis agrícolas; e nos Fiagro-FIP os investidores podem se tornar sócios das empresas e participar das decisões e resultados”, explica.
Para o COO da Arara Seed, o Fiagro tem potencial significativo de crescimento e desenvolvimento no mercado brasileiro.
“Recentemente a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que é responsável pela normatização do Fiagro, propôs mudanças na regulamentação da modalidade e o projeto prevê a criação de Fiagros multimercados, que permitiriam a inclusão de diferentes classes de ativos em um único fundo, aumentando a liberdade dos gestores na composição do portfólio e possibilitando a diversificação em diferentes tipos de ativos do agronegócio como, por exemplo, nas agtechs e no mercado de venture capital”, elucida Galvani.
Ainda em Consulta Pública, a proposta regulatória da CVM traz outras duas mudanças importantes: a inclusão dos créditos de carbono como ativos elegíveis para os Fiagros e a possibilidade de investimento diretamente em Cédulas do Produto Rural (CPR).
“Ambas proposições são fundamentais para o desenvolvimento do setor agroindustrial, pois além de alinhar os fundos com as demandas de sustentabilidade, permitem a popularização do acesso ao investimento no agronegócio”, finaliza o executivo.