17/11/2023 às 08h42min - Atualizada em 17/11/2023 às 08h42min

Fé na vida: idosos relatam superação pós-luta contra o câncer de próstata

Doença é responsável por pouco mais de 15 mil mortes anualmente

AB NOTICIA NEWS
BNEWS
Reprodução
Cercados por um tabu histórico, muitos homens deixam de realizar os cuidados preventivos necessário para a detecção do câncer de próstata. O mito, camuflado por uma fragilidade do indivíduo masculino, termina sendo responsável por pouco mais de 15 mil mortes no país anualmente em decorrência da doença.

Ao todo, 
cerca de 66 mil homens são diagnosticados com câncer de próstata por ano, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). O tipo da doença oncológica é o segundo mais comum entre indivíduos do sexo masculino, com 29% de todos os registros, atrás apenas do câncer de pele não melanoma.
 

Aposentado, o economista Marival Clício Maia, de 75 anos, está dentro da estatística de homens que receberam o diagnóstico do câncer de próstata. Ao Bnews, ele revelou quais foram os primeiros sentimentos que teve quando descobriu a doença e os processos que enfrentou para, mais de 10 anos depois, estar totalmente curado.
 

Um momento bem difícil. Basicamente, meu chão meio que desabou naquela hora. Falaram que eu tinha um princípio de câncer de próstata e eu fiquei bastante preocupado. Me deram duas opções na época. Uma delas era fazer o tratamento, que não me daria uma certeza da cura da doença, enquanto a segunda era fazer a cirurgia, que me daria uma certeza maior. Eu fiz isso e estou bem até hoje", afirmou Marival.


Situação parecida viveu Antonino Justiniano de Souza, de 81 anos, que recebeu o diagnóstico positivo do câncer através do exame Antígeno Prostático Específico (PSA). Ele lembra que ficou apreensivo com a notícia, mas, como gosta de dizer, preferiu "encarar a situação de frente" e também optou pelo procedimento cirúrgico.

"Toda a doença, quando você recebe o diagnóstico, você fica naquela agonia, naquela preocupação. Eu sou uma pessoa que tenho o costume de encarar as coisas de frente para resolver logo. Então, quando eu descobri o câncer de próstata, através do PSA, corri logo na clínica para verificar qual era o grau em que estava. Fiz a biópsia e descobri que poderia ser tratado com quimioterapia, mas fui orientado a buscar algo tratasse de vez. Então acabei optando pela cirurgia", lembra.

 

Apoio é fundamental

Por ser uma doença que pode comprometer questões relacionadas à vida sexual do homem, muitos pacientes se sentem desconfortáveis em abordar o assunto de forma clara e trasparente. No entanto, uma boa rede de apoio, através de amigos e familiares, podem fazer com que esse caminho, por vezes tortuoso, se torne um pouco mais leve.

"Todo mundo foi coeso comigo, porque já se sabia naquela época que câncer de próstata era uma doença muito complicada, mas eu tive que aceitar e a família encarou numa boa também. Passei uns 15 ou 20 dias de recuperação da cirurgia. Sem dúvidas ter pessoas do lado ajudou no processo, ninguém caminha sozinho na sociedade. Eu tive apoio dos familiares e consegui 'tocar o barco'", contou Marival.

 

Já Antonino lembra que, mesmo preferindo não conversar muito sobre o assunto, conseguiu "tirar de letra" o momento difícil. O aposentado lembra que restringiu as pessoas que souberam do seu quadro, mas, aqueles que ficaram cientes, foram muito importantes.
 

"Por conta de ser uma doença meio complicada, principalmente por conta de certos comentários, terminei evitando muita conversa. Como eu costumo encarar as coisas de frente, então consegui 'tirar de letra' essa questão de apoio dos amigos. Agora, aqueles que vieram a saber dessa situação, realmente me deram um apoio muito grande", pontuou Antonino.


Prevenção e cuidados

Em contato com o Bnews, o chefe do serviço de urologia e de cirurgia robótica do Hospital Mater Dei, Nilo Jorge Leão, alertou para os cuidados preventivos necessários que auxiliam no tratamento do respectivo câncer.

 

"O câncer de próstata é silencioso e, por conta disso, a gente precisa seguir as recomendações da Sociedade Brasileira de Urologia para políticas de rastreio, com a realização de toque retal e exames de PSA a partir dos 50 anos, sendo uma vez ao ano para todo mundo, e a partir dos 45 anos para pacientes negros ou que tenham o histórico familiar", explicou.

Sobre o tabu em cima do exame de toque, Nilo Leão garante que o procedimento é tranquilo, rápido e o paciente não sente dor. "O exame é uma parte ínfima da avaliação que, quando indicado e realizado, dura menos que 10 segundos, além de ser completamente indolor".

 
 
 
 


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