14/11/2023 às 17h06min - Atualizada em 15/11/2023 às 00h00min

3º Seminário de Investimentos, Riscos e Compliance da Fundação Libertas promoveu reflexões e perspectivas para o Mercado Financeiro

Luciana Maria Ferreira Gontijo
Fundação Libertas/Divulgação
O Hotel Ouro Minas, em Belo Horizonte, foi palco nos dias 8 e 9 de novembro do 3º Seminário de Investimentos, Riscos e Compliance, promovido pela Fundação Libertas. O evento que tem se consagrado na agenda das entidades de previdência complementar e de outras organizações de Minas Gerais e outros Estados, reuniu mais de 300 participantes em meio a debates abrangentes, que abordaram temas como a agenda ESG nas organizações, cenário nacional e internacional de investimentos, longevidade e cultura de compliance em diferentes meios como saúde e futebol.
Na avaliação do Diretor-presidente da Fundação Libertas, Lucas Nóbrega, o Seminário não apenas abordou as nuances do mercado financeiro, mas também serviu como um fórum de discussão enriquecedor para profissionais e entusiastas que buscam compreender e antecipar as mudanças nos cenários global e local. “O evento reforçou a importância de estratégias inteligentes, cautela diante das incertezas e a incorporação cada vez maior de práticas sustentáveis no universo dos investimentos”, disse.


Um dos tópicos mais esperados do seminário foi a discussão sobre “Desafios e estratégias para estabilidade nas finanças públicas”. A questão que preocupa diariamente os governos e impacta a vida de todas as pessoas foi tratada por Joaquim Levy ex-ministro da Fazenda, Tiago Berriel, Sócio e Economista-chefe do BTG Pactual, Bruno Funchal, CEO do Bradesco Asset e mediada por Edmilson Gama, CFO do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais.
Segundo Joaquim Levy, o mais importante na questão fiscal é garantir que os gastos públicos sejam de qualidade. “É preciso ter disciplina para enfrentar os desafios fiscais, sem deixar de dialogar com a sociedade. Para isso é preciso crescer pelo menos 2,5% ao ano. Vamos fazer isso pelo setor privado e por isso temos que criar condições para que o setor privado consiga ser eficiente. A aprovação da reforma tributária é fundamental para isso. Temos talentos, recursos naturais e precisamos criar condições para o setor privado crescer”, disse.
Para Bruno Funchal, CEO do Bradesco Asset, melhorar a qualidade dos gastos é o grande desafio. “É imprescindível ter estabilidade nas finanças públicas e crescimento. Temos avançado em pontos importantes, como o novo arcabouço fiscal e a aprovação da reforma tributária. Um modelo tributário mais simples trará um ganho de produtividade muito grande e, assim, acaba refletindo na questão fiscal”, avaliou.
Já Tiago Berriel, sócio e economista chefe do BTG Pactual, levantou questões importantes. “Para mim não é certo que o governo conseguirá aumentar a arrecadação e não há disposição para fazer contingenciamentos. Assim, corremos o risco de ficar sem uma âncora fiscal. É preciso questionar o quão sólido são os pilares do arcabouço fiscal – a regra de gastos e meta de crescimento primário”, pontuou.
Dentre os palestrantes, Thiago Mateus, representante do Itaú Asset, destacou a complexidade do cenário internacional, descrevendo-o como "muito mais apertado". No entanto, o especialista ressaltou que o Brasil está realizando seu dever de casa de maneira mais eficiente. No painel que participou, intitulado "Diversificação Inteligente: Estratégias para Asset Allocation", enfatizou a necessidade de abordagens estratégicas diante das incertezas globais.
No mesmo painel, moderado por Édner Bitencourt Castilho, Gerente Executivo de Governança, Riscos e Compliance da Vivest, Guilherme Anversa, da XP Investimentos, expressou preocupação com a situação econômica dos Estados Unidos, prevendo um aumento nas taxas de juros. Ele ressaltou que, embora o Brasil possa se beneficiar desse cenário, é crucial adotar uma postura cautelosa diante das possíveis repercussões. Por sua vez, Fernando Lovisotto, da Vinci Partners, destacou a importância da regulação inteligente para viabilizar a tão desejada "diversificação inteligente".
O painel sobre "O papel estratégico da Agenda ESG nas organizações", moderado por Marcelo Otavio Wagner, Sócio-Fundador da Mow Capital Assessoria e Treinamento, proporcionou insights valiosos sobre a interseção entre ESG e gestão de riscos. Daphne Breyer, do BB Asset Management, enfatizou que o investimento sustentável busca retornos, não sendo apenas uma forma de "abraçar árvores". Luzia Hirata, do Santander Asset, ressaltou a conexão entre produtos previdenciários e ESG, salientando que investimentos de longo prazo estão intrinsecamente ligados à sustentabilidade. Cleyson Jacomini, Diretor de Relacionamento com o Cliente e Regulação, apresentou um case de sucesso da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa).
Ética e Compliance no Futebol
O tema “Integridade e Ética no Futebol”, mediado por Lincoln Farias, Diretor Administrativo e Financeiro da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (CODEMGE) reuniu representantes dos três maiores clubes de Minas. O CEO do América, Dower Araújo, fez uma retrospectiva histórica do esporte e afirmou “que hoje estamos em transição, saindo de uma coisa solta para a normatização e o compliance”. Concordando, Tiago Fantini, conselheiro de Administração do Cruzeiro, reforçou que a governança entrou no futebol a fórceps. Fantini completou que “é preciso ter instrumentos pessoais para manter a integridade em um ambiente de pouca integridade”.
Fernando Monfardini, responsável por Compliance no Atlético Mineiro reforçou que mudar uma cultura centenária não é fácil e que o arcabouço regulatório do futebol é quase inexistente. “Temos aprendido no Galo que o futebol pode ser uma ferramenta de mudança social muito importante e é nessa linha que temos trabalhado”, explicou.
Ao abordar “A disseminação da Cultura de Compliance”, Aline Azevedo, Gerente de Compliance e Ouvidoria da FIEMG, esclareceu que cultura organizacional tem a ver com o que é valorizado ou ao menos tolerado numa empresa. “Cabe aos líderes decidirem se querem influenciá-la ou não”, assegurou. O representante do Grupo Zelo, Fabrício Oliveira, atestou que o meio influencia as pessoas e que para que o Compliance funcione
de fato é importante ter canais de denúncia de irregularidades, abertos e amplamente divulgados a funcionários e terceiros, e mecanismos destinados ao trabalho das denúncias e à proteção de denunciantes de boa fé. “Não podemos nos esquecer das medidas disciplinares e dos procedimentos que propiciem a imediata interrupção da irregularidade”. O painel foi moderado pelo Consultor-sócio da JCM, José Edson da Cunha.
Sobre a Fundação Libertas
A Fundação Libertas é uma empresa sem fins lucrativos, fundada em Minas Gerais, que completou 45 anos de história. Cuida do presente e do futuro de mais de 27 mil pessoas por meio de 13 planos de previdência (12 patrocinados e 1 multi-instituído) e três planos de saúde autogeridos (com duas patrocinadoras), promovendo qualidade de vida e bem-estar financeiro. São R$ 4,2 bilhões em recursos administrados, R$165 milhões pagos em aposentadorias e pensões por ano e R$131 milhões de reais arrecadados em contribuições.

Este conteúdo foi distribuído pela plataforma SALA DA NOTÍCIA e elaborado/criado pelo Assessor(a):
U | U
U


Link
Notícias Relacionadas »
Mande sua denuncia, vídeo, foto
Atendimento
Mande sua denuncia, vídeo, foto, pra registrar sua denuncia