Você já usou algum aplicativo de relacionamento para marcar um encontro com um "crush" - termo usado para descrever sentimentos por alguém - virtual? Se sim a resposta for sim, é melhor tomar cuidado. Plataformas digitais como Tinder, Bumble e Happn têm sido usadas por criminosos para atrair novas vítimas.
Na quinta-feira (9), na Zona Leste de São Paulo, um homem de 52 anos foi sequestrado e roubado ao se encontrar pela terceira vez com uma mulher que ele conheceu pela internet.
O homem foi abordado pelos criminosos enquanto aguardava a mulher na Cidade Tiradentes, dentro de um carro de aplicativo. Ele havia solicitado a corrida para buscá-la e, depois, ir a um shopping.
Em depoimento à Polícia Civil, a vítima disse que foi levada por três homens para uma rua escura, onde foi forçada a desbloquear o celular e informar as senhas dos aplicativos bancários e do cartão.
Esse tipo de crime não acontece de forma isolada. Em São Paulo, entre janeiro até março deste ano, a Divisão Antissequestro do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope), unidade especializada em sequestro da Polícia Civil paulista, registrou 18 casos de "golpe do Tinder".
Entre as ocorrências, 14 foram esclarecidas e resultaram na prisão de 56 suspeitos. Em 2022, foram 115 casos durante todo ano.
Diante desta onda de crimes de estelionatos, o g1 reuniu dicas sobre o que fazer durante o uso dos apps para evitar cair em armadilhas dos "golpistas do amor".
As informações foram obtidas com o delegado da Divisão Antissequestro do Departamento de Operações Policiais Estratégicas e especialistas em segurança digital.
Essas "dicas de ouro" não garantem 100% a proteção, mas são os filtros básicos que podem evitar muita coisa ruim, segundo presidente da Associação Brasileira de Segurança Cibernética, Hiago Kin.
Não compartilhe informações pessoais com a outra pessoa: evite falar se mora sozinho, se tem carro, se a família é de outro estado, o endereço de trabalho ou em que dias você vai à academia.
? Verifique se o perfil do crush é fake: criminosos muitas vezes acabam utilizando fotos que geralmente pertencem a outra pessoa; veja abaixo como fazer uma análise após o match:
Observe se há sinais que podem indicar manipulação da imagem: bordas ou sombras irregulares e resolução baixa são indícios de montagem ou retirada de fotos de outros perfis.
Pesquise pelo nome que aparece no perfil: utilize buscadores e outras redes sociais para ver quais informações aparecem sobre o crush e se a foto corresponde com as imagens que foram apresentadas pela pessoa.
️ Cadastro sem foto ou com imagens disponíveis em bancos: isso aumenta a chance de ser um perfil enganoso.
? Faça uma pesquisa reversa: é possível utilizar a busca de imagens do Google. Para isso, clique no botão de câmera. Arraste ou envie o arquivo de uma imagem que desejar pesquisar, por upload ou link, e o buscador exibirá resultados iguais ou semelhantes. Desse modo, será possível verificar se a foto é original ou tem outras versões distintas, além de saber quem mais já divulgou o conteúdo.