10/11/2023 às 08h51min - Atualizada em 10/11/2023 às 08h51min

Reféns do Hamas: 'Disse à minha filha que papai não pode ligar porque o celular dele quebrou’

Três famílias estrangeiras falam do trauma de terem entes queridos mantidos reféns pelo Hamas em Gaza.

AB NOTICIA NEWS
G1
Reprodução

Mais de 240 pessoas estão sendo mantidas reféns pelo Hamas na Faixa de Gaza, e entre elas, o cidadãos tailandeses formam o grupo estrangeiro mais numeroso.

Cerca de 25 mil tailandeses trabalhavam em Israel no momento do ataque de 7 de outubro, principalmente na agricultura.

Bangkok confirmou que 24 trabalhadores tailandeses foram sequestrados, 34 mortos e 19 feridos.

No entanto, o governo tailandês não confirmou formalmente que Anucha Angkaew, de 28 anos, é refém em Gaza, embora a esposa tenha reconhecido o marido em uma foto dele postada pelo Hamas na internet.

Ele vem de uma região pobre do nordeste da Tailândia e trabalha em Israel há dois anos.

 

“Nossas vidas melhoraram desde que Art foi para Israel”, disse a mulher dele, Wanida Maarsa, à BBC por telefone, referindo-se ao marido pelo apelido.

 

Ela diz que ele conseguia enviar US$ 1.400 (R$ 6.840) para casa todos os meses e quitou a dívida relacionada aos custos da ida dele.

 

“No início, fiquei preocupada, mas muitos trabalhadores que atuam na mesma fazenda há anos disseram que nenhum trabalhador tailandês tinha morrido por conta de ataques”, acrescenta ela.

 

Tudo isso mudou no dia 7 de outubro e já faz mais de um mês desde quando ele teria sido sequestrado.

Wanida não disse nada à filha de 7 anos.

 

“Ela fica perguntando quando o papai vai ligar para nós. Eu disse a ela que o telefone do papai está quebrado e ele não pode nos ligar”, diz Wanida.

 

Ela falou pela última vez com o marido na noite do dia 6 de outubro. Ele estava cansado depois de uma longa semana na fazenda de abacates. Ela então enviou uma mensagem para ele no sábado.

“Ele não leu a mensagem nem me ligou de volta como faria normalmente. Percebi o que havia acontecido com ele pela manhã, quando vi a foto dele nas redes sociais”, diz ela.

Um colega de trabalho disse a Wanida que Anucha enviou uma mensagem para ele e disse para se esconder no bunker enquanto o ataque se desenrolava.

Na última conversa, Wanida enviou fotos da filha ao marido. Agora, a filha usa o celular de Wanida para fazer vídeos dela mesma e tenta enviá-los para o pai.

 

"Não vou contar nada a ela", diz a mãe. "Quero esperar até saber se ele voltará ou não".

 

A família israelo-argentina Sherman ouviu o ataque do Hamas em tempo real.

Ron, o filho de 19 anos, estava cumprindo o serviço militar na fronteira de Erez. Às 6h30, do horário local, do dia 7 de outubro, Alex atendeu a ligação do filho.


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