Mas o jogo não foi marcante somente pelo nascimento de uma estrela. Se Gabigol, aos 16 anos, debutava, Neymar, de 21, despedia-se do Peixe. Hoje um jogador que vive eterno flerte com a torcida do Flamengo, o astro deixou o campo com a camisa rubro-negra que trocou com o zagueiro Renato Santos.
O duelo ficou no 0 a 0, mas Neymar sobrou em campo. Distribuiu dribles, foi o maior finalizador do jogo (seis vezes) e também terminou como o jogador que mais sofreu faltas (9 das marcadas a favor do Santos).
Gabigol entrou aos 23 minutos do segundo, no lugar de Henrique. Vinha aí o novo Neymar? Perguntado se seria o substituto ideal para um ídolo que acabava de deixar uma torcida de coração partido, rechaçou e mirou a construção de uma própria história.
- Ninguém vai ser o novo Neymar. Ele é único no Santos. Eu quero procurar meu espaço, fazer gols e ajudar a equipe.
Gabigol conquistou seu espaço na história do Santos. Fez 84 gols, conquistou dois estaduais e faturou três artilharias da Copa do Brasil. As duas passagens pela Vila Belmiro lhe renderam status de ídolo, mas nada comparável ao que escreveu com a 9 do Flamengo às costas.
Ainda jovem, hoje Gabigol é um colecionador de taças e títulos individuais dentro do Brasil, e a maior parte de suas conquistas foram pelo clube com o qual tem maior identificação.
Não vive bom momento, mas o histórico pesa muito a seu favor. Dos 246 gols como profissional, 153 foram de vermelho e preto. São 11 títulos, a maioria deles na condição de protagonista. Fez os gols dos títulos das duas Libertadores que ganhou. Marcou também nas duas Supercopas do Brasil que venceu e em finais estaduais.
Tem residência em Santos, seu clube de infância, mas hoje é o "Gabigol do Flamengo" e "carioca de Realengo".