O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) vai se reunir nesta segunda-feira (30), em Nova York, para debater o avanço do conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas, na Faixa de Gaza.
A reunião foi convocada emergencialmente na última semana, a pedido dos Emirados Árabes Unidos, e será presidida pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.
O órgão enfrenta um impasse com tentativas frustradas de aprovar uma resolução humanitária a fim de permitir, principalmente, o trânsito de civis e a entrada de ajuda no território da Faixa de Gaza.
Iniciado em 7 de outubro, o conflito já deixou milhares de mortos em Israel e Gaza. O Hamas afirma que 8 mil pessoas morreram em Gaza. Este número não foi verificado por entidades independentes. Do lado israelense, há cerca de 1.400 vítimas.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, tem indicado uma nova ofensiva contra o território palestino. No sábado (28), forças israelenses deram início a uma operação por terra. Netanyahu afirmou que este é o começo de uma segunda fase da guerra.
Desde o início do conflito no Oriente Médio, o conselho já se reuniu seis vezes para debater a situação. No período, quatro textos foram derrotados no Conselho de Segurança.
Duas propostas eram de autoria da Rússia. Já os outros dois textos haviam sido apresentados pelo Brasil e pelos Estados Unidos.
O Itamaraty afirma, porém, que não há perspectiva de levar à votação novas propostas nesta segunda.
Apesar disso, o Brasil tem costurado um novo texto junto a representantes diplomáticos dos outros 14 membros do Conselho de Segurança. A presença de Mauro Vieira em Nova York, segundo diplomatas brasileiros ouvidos pela GloboNews, é uma sinalização do esforço empregado pelo ministro nas negociações.
A diplomacia brasileira tenta avançar em um acordo até a próxima terça (31), quando se encerra o mandato do Brasil à frente do órgão. A partir do dia 1º de novembro, a presidência do conselho será exercida pela China.
O Itamaraty já avalia, no entanto, que o ambiente ainda não está consolidada para a votação e aprovação de um novo texto. Diplomatas admitem que o Brasil pode deixar a chefia do órgão sem conseguir construir uma posição de consenso.
O esforço de Vieira atende a pedidos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tem reiterado a necessidade de estabelecer “diálogo” em busca de uma solução pacífica para o conflito.