19/10/2023 às 15h37min - Atualizada em 20/10/2023 às 00h02min

Eleições na Argentina: como uma possível vitória de Javier Milei pode afetar a relação do país com o Brasil

Especialista comenta preocupação do governo brasileiro com a eleição argentina, mas avalia que uma ruptura total entre os dois países é pouco provável

Qu4tro Comunicação e Assessoria Estratégica
Divulgação

Os argentinos vão às urnas no próximo domingo (22/10) para o primeiro turno das eleições presidenciais. Em momento de grande crise socioeconômica no país, as eleições têm três protagonistas com características distintas: o candidato de extrema direita Javier Milei, a ex-ministra da Segurança Patricia Bullrich e o atual ministro da Economia Sergio Massa.

Duas de três pesquisas eleitorais realizadas recentemente mostram Milei à frente. Outro levantamento aponta Sergio Massa na liderança neste primeiro turno.

Preocupação do governo brasileiro

A possível vitória de Javier Milei, seja no primeiro turno ou em um eventual segundo turno, preocupa o governo brasileiro devido às medidas polêmicas e às declarações do presidenciável contra governos de esquerda. O candidato defende pautas como a dolarização da economia argentina e o fechamento do Banco Central. 

“A grande preocupação é porque o Brasil e a Argentina são os maiores parceiros comerciais do continente Latino-Americano e a dolarização da economia traria um impacto direto nessas relações externas e comerciais entre os países”, comenta Volgane Carvalho, coordenador acadêmico da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep), mestre em direito e doutorando em políticas públicas.

Volgane é um dos palestrantes da programação acadêmica da Missão de Observação Eleitoral que acompanhará as eleições argentinas do próximo domingo. Ele acrescenta que a própria questão da extinção do Banco Central argentino e a sua vinculação ao Banco Central dos Estados Unidos seria outro fator que implicaria nessas relações econômicas.

Apesar disso, o especialista avalia que uma ruptura total entre Brasil e Argentina é pouco provável. “Não deve haver essa alteração tão grande, porque as relações agora estão sendo guiadas pelos princípios diplomáticos, que não priorizam exatamente a ideologia partidária do governante”, analisa Volgane.

O especialista ainda considera que o candidato de extrema direita não tem um plano econômico bem desenhado e claro. Assim, pode acabar não cumprindo tudo que tem falado na campanha.

“Milei parece não ter medidas imediatas que possam contribuir para reorganizar a economia argentina. Ele tem algumas promessas de impacto, que talvez não sejam factíveis, como a dolarização da economia e a extinção do Banco Central”, diz.

Como funciona a eleição na Argentina

As eleições presidenciais na Argentina são realizadas de quatro em quatro anos.

Para vencer em primeiro turno, o candidato à presidência precisa receber 45% dos votos válidos ou 40% com pelo menos 10 pontos percentuais de vantagem sobre o segundo colocado. Caso ninguém atinja essa marca, haverá um segundo turno, que está previsto para ser realizado em 19 de novembro de 2023.


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