O militar foi preso em março pela Polícia Federal, suspeito de incitar atos antidemocráticos e administrar dinheiro usado para financiar as ações golpistas. Além disso, ele também seria responsável por ensinar táticas de guerrilha a radicais bolsonaristas que estavam acampados em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília.
A prisão ocorreu na nona fase da Operação Lesa Pátria, que investiga os atos antidemocráticos que resultaram na invasão e depredação do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF), por apoiadores radicais do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em 8 de janeiro.
O major da reserva foi alvo de mandado de prisão preventiva. Ele foi encontrado pela Polícia Federal na região do Riacho Fundo, em Brasília.
Por se tratar de um detento, o depoimento de Claudio Mendes precisou da autorização do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Em tese, ele não precisa produzir provas contra si e, por esse motivo, pode ficar em silêncio durante a oitiva, apesar de falar na condição de testemunha.
O acampamento bolsonarista em frente ao QG do Exército foi desmobilizado no dia 9 de janeiro, um dia após as invasões às sedes dos três poderes da República. No dia, as pessoas que estavam acampadas foram levadas à sede da Polícia Federal por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
O local era alimentado por discursos radicais, teorias conspiratórias e incitação à barbárie. De lá, partiu boa parte dos radicais que promoveram atos terroristas em 8 de janeiro.