A usina é apontada por empresas de comunicação como um risco para o fornecimento de internet no Brasil.
Conforme a TelComp, associação de operadoras do país, o risco é que a estrutura da usina acabe rompendo os cabos submarinos que chegam a Fortaleza de outros países e garantem o abastecimento de internet no Brasil.
O Coema é composto por 39 membros, entre representantes de órgãos públicos, de universidades e instituições da sociedade civil, como entidades de classe, de profissionais e do movimento ambiental.
O conselho é vinculado à Semace, que, entre outras funções, é responsável por emitir o licenciamento ambiental para obras no Ceará. A votação, portanto, iria avaliar se a Semace vai emitir ou não o licenciamento ambiental para que a obra possa seguir.
O objetivo da usina, que tem estrutura no fundo do mar, é remover o sal da água e aumentar em 12% a oferta de água potável para a população da Grande Fortaleza. Desde que o projeto foi anunciado na Praia do Futuro, empresários temem que a estrutura seja danificada e que o país fique off-line.
A Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), responsável pela usina, diz que o temor das operadoras é infundado porque a companhia já alterou o projeto inicial e retirou parte da estrutura da usina de perto dos cabos.
Para entender a polêmica, é preciso saber o que está sendo construído e onde:
Apesar da distância entre a usina e os cabos de fibra ótica, o receio de deixar o Brasil offline continua.
"A usina vai puxar água do assoalho oceânico para tirar o sal. Essa sucção vai alterar o fundo do mar, mudando a topografia da região. E, mudando a topografia, os cabos vão se movimentar, o que também pode causar o rompimento de algum deles", afirma o professor de Engenharia da Computação na Universidade Federal do Ceará (UFC) Yuri Victor Lima de Melo.
Ainda conforme pesquisadores, o risco de dano ao cabeamento é permanente: já que a usina estará sempre em atividade, e possivelmente gerando movimento no assoalho (fundo do mar).