O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, dá continuidade nesta terça-feira (17) à rodada de telefonemas para chanceleres e representantes diplomáticos dos outros países que integram o Conselho de Segurança da ONU – atualmente, presidido pelo Brasil.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acompanha de perto a "costura diplomática" pela aprovação da resolução apresentada pelo Brasil. O texto prevê a criação de um corredor humanitário na Faixa de Gaza para retirar civis e estrangeiros e permitir o envio de suprimentos básicos à região.
O texto seria votado nesta segunda (16), mas países pediram o adiamento em busca de um consenso sobre os termos do documento. Logo antes do início da reunião, a embaixadora dos Emirados Árabes Unidos pediu prazo adicional.
Com isso, apenas a resolução alternativa proposta pela Rússia foi votada – e rejeitada. Estados Unidos, Reino Unido e França, membros permanentes, se posicionaram contra o texto russo.
Embora soubesse da dificuldade, a diplomacia brasileira esperava aprovar a resolução ainda nesta segunda. Frente ao adiamento, o governo tentou enxergar um "lado positivo" no prazo extra.
Segundo diplomatas do Itamaraty, "o tempo que pediram servirá não só para conseguir votos a favor, mas para, sobretudo, evitar vetos. Não adiantava nada forçar o voto ontem e topar com o veto de alguém."
O Brasil deixou claro, no entanto, que o adiamento não pode se dar de forma indefinida. Uma nova reunião foi convocada já para a noite desta terça-feira.
Ao longo dos últimos dias, Mauro Vieira fez contato com os chanceleres da Rússia, Sergey Lavrov, e da França, Catherine Colonna, além do ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, James Cleverly.
Tanto Reino Unido quanto França fizeram, através de seus representantes na ONU, declarações simpáticas à iniciativa brasileira.
O Itamaraty também está de olho na visita que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fará a Israel na quarta-feira (18), segundo informou o secretário de Estado, Antony Blinken.
Segundo o governo, a ida de Biden pode se somar aos esforços para a abertura da fronteira com o Egito na Faixa de Gaza e de um possível (mas ainda difícil) corredor humanitário para a saída de pessoas que fogem do conflito, incluindo brasileiros.