17/10/2023 às 08h50min - Atualizada em 17/10/2023 às 08h50min

'Argenchina': por que Argentina desbancou Brasil e virou 'queridinha' da China na América Latina

Em 2022, o montante destinado por Pequim à Argentina somou US$ 1,34 bilhão, contra US$ 1,30 bilhão recebido pelos brasileiros, mostra estudo.

AB NOTICIA NEWS
G1
Foto: Getty Images via BBC

Ao fim de sua viagem à China, em junho, Sergio Massa, ministro da Economia argentino e candidato à presidência, brincou que seu país deveria ser rebatizado de "Argenchina".

"Vamos fundar a República da Argenchina", disse ele a jornalistas em Pequim após receber a promessa de uma nova rodada de investimentos bilionários.

Mas, como diz o ditado, toda brincadeira tem um fundo de verdade.

Os números não mentem: os laços entre Argentina e China se estreitaram significativamente, a ponto de o país vizinho ter desbancado o Brasil como o principal destino de investimentos chineses na América Latina no ano passado.

Em 2022, segundo o estudo do Conselho Empresarial Brasil China (CEBC) Investimentos chineses no Brasil: 2022 — tecnologia e transição energética, o montante destinado por Pequim à Argentina somou US$ 1,34 bilhão, contra US$ 1,30 bilhão recebido pelos brasileiros.
 

Mais recentemente, após lobby chinês, a Argentina foi anunciada como um dos seis países que vai passar a integrar os Brics a partir de 2024, grupo formado por Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul. Os outros são Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã.
 

E, desde o ano passado, a Argentina faz parte da chamada 'Nova Rota da Seda', projeto desenvolvimentista chinês. Foi a primeira grande economia da América Latina a aderir à iniciativa.

Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil dizem acreditar que o ano passado foi um caso isolado, e o Brasil — que sempre recebeu praticamente a metade do total do investimento chinês na América Latina — deve retomar a liderança (ler mais abaixo).
 

E, mesmo com a possível vitória do anarcocapitalista Javier Milei, o candidato presidencial mais bem cotado nas pesquisas de intenção de voto e aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que já criticou abertamente a China, eles consideram pouco provável um rompimento entre os dois países.

O primeiro turno das eleições presidenciais argentinas vai ocorrer no próximo domingo, dia 22 de outubro — Massa (União pela Pátria), o candidato governista, e Milei (A Liberdade Avança), da oposição, são os favoritos na disputa. Em terceiro nas sondagens, está a também opositora e ex-ministra de segurança argentina Patricia Bullrich (Juntos pela Mudança).

 


Link
Tags »
Notícias Relacionadas »
Mande sua denuncia, vídeo, foto
Atendimento
Mande sua denuncia, vídeo, foto, pra registrar sua denuncia