16/10/2023 às 08h21min - Atualizada em 16/10/2023 às 08h21min

Caso Joaquim: 10 anos após morte do menino, mãe e padrasto são julgados em Ribeirão Preto, SP

Natália Ponte e Guilherme Longo são acusados do homicídio triplamente qualificado de Joaquim Ponte Marques, de 3 anos. Criança teria sido morta com superdose de insulina e jogada em córrego perto de casa.

AB NOTICIA NEWS
G1
Foto: Cedoc/EPTV
Dez anos depois do crime, a Justiça em Ribeirão Preto (SP) começa a definir nesta segunda-feira (16) um dos casos de maior repercussão na história da cidade: a morte do menino Joaquim Ponte Marques. A mãe, Natália Ponte, e o padrasto dele na época, Guilherme Longo, são acusados do assassinato da criança de 3 anos, em novembro de 2013.
 

Quem preside o julgamento é o juiz José Roberto Bernardi Liberal, magistrado do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo desde 1994. Por causa do sigilo determinado pela Justiça, o público e a imprensa não poderão acompanhar as sessões.

O acesso está restrito apenas a testemunhas e a parte dos familiares da vítima e dos réus, de acordo com as seguintes especificações:

 

  • vítima (Joaquim): somente pai, avós maternos e paternos
  • réus (Longo e Natália): somente pais e avós

Para o júri popular do casal o tribunal do Fórum de Ribeirão Preto foi reservado por 12 dias. Inicialmente, o cronograma prevê atividades até sábado (21) distribuído da seguinte forma:

 

  • 16/10: início do julgamento, depoimento de testemunhas e informantes da acusação
  • 17/10: depoimentos de testemunhas e informantes comuns
  • 18/10: depoimentos de testemunhas e informantes da defesa
  • 19/10: depoimentos de testemunhas de defesa
  • 20/10: depoimentos de testemunhas de defesa
  • 21/10: início dos interrogatórios e debates, com direito a réplica e tréplica entre as partes

 

Ao todo, sete jurados vão analisar as provas e os argumentos do Ministério Público e das defesas. A escolha do júri será feita nesta segunda-feira por sorteio. Dos 25 intimados pela Justiça para compor o tribunal, pelo menos 15 precisam se apresentar para o julgamento não ser cancelado.

Das 34 testemunhas de defesa e acusação intimadas, uma parte deverá ser ouvida por meio de videoconferência. São policias militares e civis, bombeiros, peritos, psicóloga e familiares dos réus e da vítima.

Longo e Natália estarão no plenário do júri. O processo resultou em 6.757 páginas ao longo de uma década.

 

Acusações

 

Guilherme Longo, hoje com 38 anos, é acusado de homicídio triplamente qualificado, motivo fútil e meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.

Ele está preso na Penitenciária II, em Tremembé (SP), desde 2018, quando retornou ao Brasil extraditado pela Espanha. Em 2016, em liberdade provisória após passar três anos preso preventivamente, Longo fugiu para a Europa. A captura dele ocorreu em 2017 pela Interpol, por intermédio de uma reportagem investigativa do Fantástico, da TV Globo.

Por causa do processo de extradição, ele deixou de responder por ocultação de cadáver, graças a um acordo entre os dois países já que a Espanha não prevê o crime em seu código penal.

 

Natália Ponte, de 38 anos, também responde por homicídio triplamente qualificado, mas por omissão. Para a acusação, ela tinha capacidade de afastar o filho do convívio com o companheiro, que passou a apresentar comportamento agressivo.

Na época do crime, a psicóloga chegou a ser presa em dois momentos ao longo da investigação, mas obteve um habeas corpus e respondeu o processo inteiro em liberdade. Ela vive em São Joaquim da Barra (SP), com o filho de 10 anos, fruto do relacionamento com Longo, e um casal de bebês gêmeos, da união com o atual marido.

Durante a investigação, Natália revelou ter sido ameaçada pelo companheiro. Mais tarde, em juízo, o depoimento dela não foi capaz de incriminar Longo, segundo informou a defesa dela.

 


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