14/10/2023 às 08h05min - Atualizada em 14/10/2023 às 08h10min

Avião com brasileiros deve sair de local próximo à fronteira com Gaza, e não mais do Cairo, diz ministro

Mauro Vieira afirmou que espera que o embarque ocorra neste sábado (14). Inicialmente, o governo negociava com o Egito para o avião sair da capital daquele país, mas as autoridades egípcias apresentaram resistência.

AB NOTICIA NEWS
G1
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O ministro Mauro Vieira, das Relações Exteriores, afirmou nesta sexta-feira (13) que brasileiros em Gaza deverão pegar um avião em local do Egito perto da fronteira com o território palestino, e não mais na capital, Cairo, como estava sendo inicialmente negociado.

Vieira afirmou que espera que essa retirada possa ser feita neste sábado (14).

O governo mantém contato com 22 brasileiros que estão na Faixa de Gaza e, em razão da guerra, querem voltar para o país. A Faixa de Gaza tem sido alvo de bombardeios de Israel desde que o grupo Hamas, que tem base na Palestina, fez ataques contra o território israelense, no fim de semana.

Inicialmente, o Brasil negociava com o Egito que os 22 brasileiros saíssem de Gaza pela passagem de Rafah, entrasse no Egito e, em território egípcio, fosse de ônibus até o Cairo, onde estaria o avião brasileiro.

Mas o Egito apresentava resistências, com receio de que o grupo se tornasse refugiado no país.

Agora, o ponto de embarque no avião deve ser um ponto mais próximo da fronteira com Gaza, que não demande longa viagem pelo território egípcio.

Vieira explicou também que os brasileiros estão abrigados em uma escola no norte de Gaza, região que Israel alertou para ser esvaziada. Um ônibus vai retirar o grupo de lá na manhã deste sábado (14), horário local. O ônibus vai seguir para o sul, perto da passagem para o Egito.

"O governo brasileiro negociou para que os brasileiros que se encontram em Gaza possam sair pelo Egito. É a única forma de sair. Sairiam nesse ônibus, que os transportará amanhã (sábado). E o que nós propusemos é que saíssem e fossem levados a um aeroporto, em uma localidade muito próxima da fronteira, onde o avião da Força Aérea Brasileira estará esperando", afirmou Mauro Vieira após reunião do Conselho de Segurança da ONU, em Nova York, que debateu a guerra em Gaza.

O avião brasileiro que deverá tirar o grupo do Egito é uma aeronave de uso da Presidência da República, que saiu de Brasília nesta quinta-feira (12) e pousou em Roma. Na capital da Itália, aguarda autorização do Egito para ir ao país.

"Amanhã [sábado], eles vão sair. Espero que possam sair amanhã de manhã, chegar a essa localidade fora da Faixa de Gaza e então continuarem, por terra, uma distância que não é muito grande — também não posso e não sei dizer exatamente —, onde estará chegando o avião que vai levá-los", completou.

 

Reunião do Conselho de Segurança

 

A reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Gaza terminou sem consenso sobre um texto final.

Participantes do encontro afirmaram que conversas continuarão, de modo informal daqui em diante, para a costura de um documento que reflita uma posição de acordo entre todos os membros.

Um dos principais temas do encontro foi a criação de um corredor humanitário que ligue a Faixa de Gaza ao Egito.

Vieira disse que o Brasil vai se esforçar pela chegada de um acordo dentro do Conselho de Segurança e ressaltou a preocupação com as mortes no conflito.

"Ao final, após pedido de membros do Conselho, o Brasil vai continuar a trabalhar continuamente com todas as delegações visando uma posição unificada do Conselho para a situação", afirmou o ministro.

Segundo Vieira, o Brasil vai se esforçar para evitar "mortes e derramamento de sangue". Ele também defendeu, na reunião, a liberação dos cerca de 150 reféns feitos pelo Hamas.

"O Brasil vai continuar a promover o diálogo entre os membros e a ação por parte do Conselho através da abertura de possíveis vias de negociação. O objetivo é claro e imediato: evitar mais derramamento de sangue e perda de vidas, e tentar garantir o acesso humanitário urgente e desimpedido às áreas afetadas", explicou o ministro.

 


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