13/10/2023 às 10h10min - Atualizada em 13/10/2023 às 10h10min

Israel dá prazo de 24 horas para palestinos deixarem Cidade de Gaza; Hamas pede que moradores ignore ultimato

Israel afirma que aviso é para a segurança dos civis palestinos, que temem que os militares iniciem ataque por terra. A ONU pediu que a ordem seja rescindida por que não há como movimentar as pessoas em tão pouco tempo sem "consequências humanitárias devastadoras".

AB NOTICIA NEWS
G1
Reprodução

O Exército israelense emitiu um aviso pedindo que os moradores da Cidade de Gaza deixem suas casas em direção ao sul da região em até 24 horas. A informação foi confirmada em um vídeo publicado em redes sociais das forças militares do país.

O porta-voz do exército afirmou que a "evacuação é para a própria segurança" dos habitantes da Faixa de Gaza e recomendou que as pessoas só voltem à Cidade de Gaza quando o governo israelense permitir.

 

Palestinos temem que a ordem seja um indicativo de que o Exército israelense entre por terra em Gaza.

Pouco tempo antes do pronunciamento nas redes sociais do exército, a Organização das Nações Unidas (ONU) disse, em comunicado, que os militares israelenses avisaram que todos os palestinos na região norte da Faixa de Gaza, cerca de 1,1 milhão de pessoas, deveriam migrar para o sul.

No entanto, segundo as informações do Exército, o alerta é apenas para a Cidade de Gaza, que tem 677 mil habitantes.

 

Israel também afirmou que, nos próximos dias, as operações na Cidade de Gaza serão "significativas" e que os moradores da região não devem se aproximar ou tentar ultrapassar a fronteira. (Veja a íntegra do comunicado abaixo)

Segundo a ONU, o comunicado foi enviado pouco antes da meia-noite no horário local. Assim, as 24 horas serão completadas às 18 horas desta sexta-feira (13), no horário de Brasília. A Organização afirmou que já transferiu seu centro de operações centrais para o sul de Gaza.

Salama Marouf, chefe do gabinete de comunicação do Hamas, disse à agência que o aviso é "propaganda falsa, com o objetivo de semear confusão entre os cidadãos e prejudicar a nossa coesão interna" e que orienta os cidadãos palestinos a "não se envolverem nestas tentativas".

 

O porta-voz da ONU Stephane Dujarric pediu que, se qualquer ordem de ataque por Israel for confirmada, seja rescindida, "evitando o que poderia transformar o que já é uma tragédia numa situação calamitosa".

De acordo com o porta-voz, "as Nações Unidas consideram impossível que tal movimento ocorra sem consequências humanitárias devastadoras", já que não haveria tempo hábil para a movimentação de todo esse contingente de pessoas.

Em comunicado, Dujarric afirmou que a ordem de deixar a parte norte de Gaza foi dada, inclusive, aos funcionários da ONU e às pessoas abrigadas nas instalações humanitárias da organização.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) também apelou às autoridades israelenses, dizendo que mover as pessoas que estão em estado grave nos hospitais de Gaza, incluindo aquelas com suporte de respiração, é uma "sentença de morte".

Dezenas de tanques de guerra estão sendo colocados por Israel na fronteira de Gaza, antes de uma invasão terrestre planejada pelas forças militares do país para combater o Hamas.

O conflito entre Israel e Palestina teve início no último sábado (7), após terroristas do grupo Hamas iniciarem um ataque sem precedentes contra o território israelense. Israel se declarou em guerra e os bombardeios entre os dois lados continuam desde então, com mais de 2.800 mortos até o momento, sendo 1.537 palestinos e 1.300 israelenses.

 


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