11/10/2023 às 09h43min - Atualizada em 11/10/2023 às 09h43min

Locadoras de veículos reagem a proposta do governo Lula de subsídios a automóveis; confira

O anúncio feito pelo governo Lula (PT)

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Marcelo Camargo/Agência Brasil

O anúncio feito pelo governo Lula (PT) da Medida Provisória que estabelece descontos de R$ 2 mil a R$ 8 mil nos preços dos automóveis, deve beneficiar diversas categorias ligadas ao setor, entre elas a das locadoras de veículos.

Entre algumas das possíveis vantagens estão uma menor necessidade de investimento e uma melhora nas margens das empresas. No entanto, analistas do mercado e representantes do segmento veem algumas limitações deste impacto, como a duração de quatro meses para o subsídio e a exclusividade inicial de compra para pessoas físicas.

Ainda no âmbito das locadoras, a iniciativa deve trazer ventos contrários no primeiro momento, com a desvalorização das frotas atuais. Mas, depois, esse processo diminuiría, pois as empresas comprariam carros mais baratos, que então se valorizariam quando os subsídios acabassem.

 

De acordo com o InfoMoney, em relatório sobre possíveis impactos da MP para a Localiza, o Itaú BBA estima um impacto negativo no lucro líquido da companhia de R$ 900 milhões a R$ 1,5 bilhão em 2023 ante a previsão atual de R$ 2,5 bilhões do banco, considerando uma baixa de 3% a 5% no valor contábil dos carros.

A instituição financeira estima ainda que, com a normalização dos preços dos carros após o fim da desoneração tributária, os veículos comprados com preços mais baixos (ou remarcados, mas não colocados à venda) devem ser vendidos com margens acima da média na divisão de seminovos.

 

Apesar de contribuir para a redução de preços, a iniciativa é um “cobertor curto”, avalia o presidente do Conselho Nacional da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla), Marco Aurélio Nazaré.

“Vai haver uma redução de capex (investimentos), mas também reduz o valor dos ativos das empresas do setor”, disse ele ao InfoMoney. O porta-voz estima que para trazer benefícios mais concretos, o programa teria que ter uma extensão de 12 a 18 meses, prazo que considera adequado para renovação de frota e reequilíbrio.

A exclusividade inicial de compra para as pessoas físicas também surpreendeu negativamente a Abla, segundo Nazaré. “Entendemos a necessidade de movimentos para redução de preço, mas isso tem que ser feito com equidade, porque não é o cliente pessoa física que vai resolver o problema”, afirma, destacando que as locadoras projetam comprar cerca de 600 mil carros em 2023.

Na mesma linha, o representante da Abla avalia que a iniciativa do governo não é suficiente para resolver o problema. “Não adianta só diminuir o preço. É necessário aumentar o poder aquisitivo e reduzir o endividamento e a taxa de juros para melhorar o acesso ao crédito e a inadimplência cair”, diz Marco Aurélio Nazaré.

 


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