10/10/2023 às 09h38min - Atualizada em 10/10/2023 às 09h38min

Hamas x Israel: ataques a civis e bloqueio de comida são proibidos pela ONU desde 1977 e considerados crimes de guerra

ONU emitiu nota alertando que o bloqueio coloca em perigo a vida de civis e que é proibido. E classificou a situação do conflito como 'barril de pólvora'. Atitude é considerada crime de guerra e pode levar Israel ao Tribunal Penal Internacional.

AB NOTICIA NEWS
G1
Foto: AP Photo/Hatem Ali

A resposta de Israel ao ataque do grupo terrorista Hamas atingindo civis e com bloqueio de comida e água aos palestinos é proibida pela Organização das Nações Unidas (ONU) desde 1977 (entenda mais abaixo). A organização emitiu uma nota alertando para a proibição.

Antes: Israel foi atacado pelo grupo terrorista Hamas, que é composto por palestinos. Com isso, o país contra-atacou a Faixa de Gaza e impôs cerco total impedindo acesso a eletricidade, comida, água e gás. Israel é signatário da Convenções de Genebra, que não é o caso dos palestinos - reconhecidos como estado observador que não é membro oficial da ONU. Com isso, Israel é cobrado por cumprir as regras.

Nesta terça-feira (10), o Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk disse em um comunicado à imprensa que a imposição dos cercos feitos por Israel em Gaza é proibido.

 

Türk classificou a situação como um 'barril de pólvora' e reforçou que os dois lados do conflito precisam cessar o ataque aos civis.

“Todas as partes devem respeitar o direito humanitário internacional. Devem cessar imediatamente os ataques contra civis", disse.

Em 1949, a ONU estabeleceu regras para proteger combatentes de guerra

As regras fazem parte das Convenções de Genebra, uma série de protocolos criados inicialmente no século 19 e atualizados ao longo do século passado. As principais atualizações ocorreram após a Segunda Guerra Mundial.

Em 1977, organização criou dois protocolos para incluir também regras que protegessem a população civil em locais em guerra e garantisse a entrada de socorro humanitário. São protegidos pelas regras:

 

  • Feridos, enfermos, trabalhadores de saúde e religiosos
  • Militares feridos e náufragos
  • Prisioneiros de guerra

 

Israel é um dos países que assinou o acordo, além de outras 168 nações. Com isso, precisam cumprir as regras e estão sujeitos ao Tribunal Penal Internacional (TPI).

O texto baseia a definição de crimes de guerra no Estatuto de Roma, tratado que estabeleceu a criação do Tribunal Penal Internacional (responsável por julgar possíveis crimes de guerra) e que está em vigor desde 2002.

Os países devem respeitar:

 

  • Tratamento humano para todos os indivíduos em poder do inimigo
  • Proíbe assassinatos, mutilações, torturas, tratamento cruéis, humilhantes e degradantes, tomada de reféns e julgamentos parciais.
  • Tratamento e recolhida para feridos, enfermos e náufragos
  • As partes do conflito devem pôr em vigor a totalidade ou partes das Convenções de Genebra
 

Não é a primeira vez que Israel determina bloqueio à Faixa de Gaza:

 

  • Em 2001, a ONU alertou que bloqueios de Israel provocavam fome e pobreza na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, outro território palestino.
  • Seis anos mais tarde, quando o Hamas assumiu o controle da Faixa de Gaza, o governo israelense restringiu a entrada de mantimentos para algo em torno de um quarto do volume de importações que chegavam na região em 2005.
  • Em 2009 operações militares causaram prejuízo na ordem de US$ 180 milhões à agricultura do país, conforme divulgado à época pela ONU.

 

Após a série de infrações, em 2019 o TPI anunciou investigação contra Israel por crime de guerra no conflito. A investigação também incluiu o grupo palestino terrorista. No entanto, ainda não houve conclusão.


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