05/10/2023 às 08h35min - Atualizada em 05/10/2023 às 08h35min

Propostas para alterar regras do STF: veja o que está em jogo, quem é contra e quem é a favor

Nos últimos dias, ganhou força no Congresso movimento para alterar o funcionamento do Supremo Tribunal Federal. Parlamentares reagem aos que têm considerado invasão do STF nas funções do Legislativo.

AB NOTICIA NEWS
G1
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Nos últimos dias, ganharam força no Congresso propostas para alterar as regras que hoje regem o funcionamento do Supremo Tribunal Federal (STF).

O movimento se intensificou após setores de Senado e Câmara terem ficado insatisfeitos com recentes decisões do tribunal.

Entre os atos do STF que geraram descontentamento no Congresso estão:

 

  • Marco temporal: o STF decidiu que a tese do marco temporal não é válida para demarcação de terras indígenas. A tese estabelecia que só poderiam ser demarcadas terras ocupadas por indígenas em 5 de outubro de 1988. Os indígenas são contra o marco temporal, mas a bancada ruralista, por exemplo, é a favor.
  • Porte de maconha: o STF também retomou um julgamento sobre porte de maconha. Até o momento, há 5 votos ministros para considerar que não é crime o porte para uso pessoal. Mas o julgamento foi interrompido.
  • Aborto: ministros começaram a analisar no plenário virtual (ambiente eletrônico da Corte) ação que discute descriminalizar o aborto até a 12ª semana de gestação. Após um voto a favor da descriminalização, esse julgamento também foi interrompido.

 

Dentro do Congresso, há queixas de que os ministros do STF estão legislando, o que seria atribuição dos parlamentares. Por outro lado, setores da sociedade entendem que o Congresso tem se omitido ao não definir regras claras sobre temas importantes, como o aborto e o porte de drogas.

 

Mudanças no STF

 

Parlamentares levantaram algumas ideias para alterar o funcionamento do STF:

 

  • Decisões individuais

 

A Comissão de Constituição e Justiça aprovou uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que proíbe decisões monocráticas (de um único ministro) que tenham como efeito: suspender leis ou atos normativos que atinjam a coletividade ou suspender atos do presidente da República ou dos presidentes da Câmara, do Senado e do Congresso.

A PEC foi aprovada em cerca de 40 segundos em votação na CCJ.

 

  • Pedidos de vista

 

A PEC também estabelece que pedidos de vista em julgamentos devem ser coletivos e limitados a seis meses, podendo ser renovados por mais três. Hoje, um ministro pode pedir vista (mais tempo para análise) e, com isso, suspender um julgamento.

Em dezembro, o tribunal fixou prazo de 90 dias para os pedidos de vista. O STF, no entanto, admite que o pedido seja de um único ministro.

 


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