04/10/2023 às 09h58min - Atualizada em 04/10/2023 às 09h58min

CCJ do Senado inclui na pauta projeto que permite venda de plasma sanguíneo; entenda

Constituição proíbe comercialização de sangue e seus derivados. PEC quer abrir exceção para plasma sanguíneo, e texto opõe governo e setor privado.

AB NOTICIA NEWS
G1
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A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado pautou para votação nesta quarta-feira (3) uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que permite a comercialização de plasma sanguíneo.

O texto em análise abre espaço para que doadores recebam uma compensação financeira, além de autorizar a atuação de empresas privadas na produção e comercialização de hemoderivados.
Atualmente, esta atividade é uma exclusividade da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás).
A partir do plasma sanguíneo, a indústria farmacêutica consegue separar fatores e insumos específicos para o tratamento de diversas doenças.
Esse material pode ser passado diretamente ao paciente, como uma transfusão, ou transformado em medicamento pelos laboratórios.
 
Veja abaixo as principais perguntas e respostas para entender a PEC:

O que é a Hemobrás?

 
A Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobras) foi fundada em 2004, no primeiro governo Lula.
A estrutura ainda não ficou pronta e, atualmente, só produz alguns hemoderivados, como os chamados "fator VIII" e "fator IX", voltados a pessoas com hemofilia.
Para obter outros produtos, a Hemobras é obrigada a exportar o plasma sanguíneo brasileiro "bruto" para laboratórios no exterior – e, em seguida, importar o material beneficiado, mais caro.
Segundo a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o governo trabalha para que a Hemobras possa ampliar a oferta de hemoderivados até 2025.
O governo federal deve investir R$ 900 milhões no parque fabril da Hemobras em Goiana (PE). Os recursos fazem parte do Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC).

 
Atualmente, a Constituição veda todo tipo de comercialização em relação ao sangue e seus derivados.
 
  • O artigo 199 da Carta Magna diz que:
 
“A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização”.
 
 

O que propõe a PEC?

 
 
A PEC abre uma exceção para a comercialização do plasma.
O texto também possibilita que lei aprovada posteriormente regulamente as condições e os requisitos para a coleta, o processamento e a comercialização de plasma humano pela iniciativa pública e pela iniciativa privada, para fins de uso laboratorial, desenvolvimento de novas tecnologias e de produção de medicamentos hemoderivados destinados a prover preferencialmente o SUS.
“De fato, a produção de hemoderivados é questão estratégica para o Brasil e sua relevância transcende a esfera sanitária, envolvendo também aspectos de segurança nacional e de balança comercial, em virtude da nossa dependência externa em relação ao suprimento desses produtos”, justificou a relatora, senadora Daniella Ribeiro (PSD-PB).
 
 

 

 

 


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