22/09/2023 às 12h16min - Atualizada em 24/09/2023 às 00h00min

Setembro verde: é tempo de conscientização sobre o câncer colorretal 

*Patrícia Carla de Oliveira  

Valquiria Cristina da Silva Marchiori
Rodrigo Leal

Temos acompanhado, através da mídia, a luta da cantora e empresária Preta Gil contra um adenocarcinoma, na porção final do intestino, doença popularmente conhecida como câncer colorretal. A cirurgia de retirada do tumor e o tratamento realizado pela artista deixaram em evidência, a doença que é responsável por cerca de 10% de todos os diagnósticos de câncer no Brasil, sendo o terceiro tipo de câncer mais comum em homens, ficando atrás do de próstata e pulmão, e o segundo entre as mulheres, atrás apenas do câncer de mama, conforme os dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) 

No mês de setembro, é realizada a campanha da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) e a Associação Brasileira de Prevenção do Câncer de Intestino (Abrapreci) que desde o ano de 2015, fazem o “Setembro Verde”, que tem o objetivo de informar a população sobre as formas de prevenção contra a doença. 

Saiba mais sobre o câncer colorretal 
De acordo o INCA, o câncer de intestino é aquele onde os tumores acometem o início do intestino grosso, região denominada cólon, e o final desse órgão, na região conhecida como reto.   

Transformações nas células que revestem o intestino grosso dão origem aos pólipos, pequenas estruturas que se projetam para o interior do órgão e que, se não forem removidos, podem se transformar em tumores malignos. Fatores de risco para esse processo são a obesidade, o sedentarismo, tabagismo, consumo excessivo de álcool, dieta rica em carne vermelha e alimentos processados, ou seja, a doença está diretamente relacionada ao estilo de vida do paciente, ao longo dos anos. História familiar de pólipos e câncer colorretal, diabetes tipo 2 e doenças inflamatórias intestinais, como a doença de Crohn, são fatores que também podem aumentar o risco de aparecimento do câncer de cólon e reto. 

A prevenção 

A boa notícia é que o câncer colorretal é uma doença que pode ser prevenida, tendo em vista que se origina dos pólipos. Portanto, por meio da retirada dessas estruturas antecipadamente, é possível que elas não se transformem em câncer. Os pólipos podem ser identificados e removidos por meio da colonoscopia, um exame de análise da mucosa intestinal por meio de uma câmera, e é indicado a partir dos 50 anos de idade para pacientes sem histórico familiar e a partir dos 40 com histórico, de acordo com a SBCP. 

No estágio inicial, a doença não costuma apresentar sintomas, mas em estágios mais avançados pode causar perda de sangue nas fezes, dor abdominal, alteração do ritmo intestinal, emagrecimento, náuseas, vômitos e anemia não explicados por outras causas. 

O tratamento 

O tratamento é realizado por meio da remoção cirúrgica da parte intestinal afetada e, por vezes, são necessárias sessões de quimioterapia e radioterapia. 

A partir dessas informações, é possível entender que a transformação dos hábitos alimentares - durante as últimas décadas, na nossa sociedade e a substituição dos alimentos naturais pelos ultraprocessados, que são vistos como alternativas mais rápidas e mais saborosas pela população - têm trazido consequências desastrosas à saúde e o câncer colorretal é apenas uma delas.  

O segredo para mudar esse cenário e termos mais saúde, está na conscientização das pessoas, mas também no desenvolvimento de políticas públicas que auxiliem a alimentação dos menos favorecidos.  

*Patrícia Carla de Oliveira é Bióloga, mestranda em Ciências da Saúde e professora da Escola Superior de Saúde Única da Uninter 

 


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