A recepção da 12ªDP, em Copacabana, na Zona Sul do Rio, ficou lotada durante a noite de 26 de agosto, dia do histórico show do DJ Alok nas areias do bairro. Entre 34 pessoas detidas por roubo e furto no evento, 16 eram adolescentes como João (nome fictício), de 17 anos, que registrava ali a sétima passagem pela polícia em dois anos. João já havia sido apreendido nas delegacias da Praça da Bandeira, de Vila Isabel, Ipanema, Copacabana e Leblon — nesta última, menos de um mês antes do show realizado na praia.
Por volta das 11h de 2 de agosto, João e dois amigos usaram um saco de biscoitos para se passarem por vendedores e poderem abordar um idoso na Avenida Vieira Souto, em Ipanema. Enquanto um dos integrantes do trio distraía a vítima, outro puxou um cordão dourado do pescoço do homem. O senhor caiu no chão assustado, os pedestres gritaram “pega ladrão!”. Os jovens saíram andando pela Rua Garcia D’Ávila e, antes que pudessem comemorar a conquista, cruzaram com policiais militares e foram pegos em flagrante.
A história de reincidência de João se mistura à de centenas de outros adolescentes apreendidos no Rio por atos infracionais — de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), menores de idade não cometem crimes e não são presos: são apreendidos. Dos 16 garotos levados para a 12ª DP (Copacabana) na noite do show de Alok, dez, reincidentes como João, somavam 30 passagens por roubo, furto e tráfico de drogas. Segundo a PM, os adolescentes costumam andar em grupo, usam roupas pretas e andam sem documentação, estratégias adotadas para dispersar a atenção dos agentes.