Valter Campanato / Agência BrasilOs brasileiros estão mais confiantes em relação à economia do país e à situação pessoal e familiar, segundo uma pesquisa feita em parceria pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) e pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Segundo o RADAR FEBRABAN, o percentual dos que acreditam que o Brasil vai melhorar até o fim de 2023 cresceu de 53%, em junho, para 59%, em agosto, maior índice da série histórica.
Por outro lado, o percentual de pessimistas em relação ao futuro da economia caiu de 24% para 18%. Já aqueles que não preveem mudanças no quadro até o fim do ano somam 20%.
A pesquisa foi realizada entre os dias 28 de agosto e 1º de setembro, com 2 mil pessoas nas cinco regiões do país. O levantamento é bem amplo e analisou outras opiniões dos brasileiros em relação à economia (veja abaixo).
A percepção sobre o aumento dos preços caiu de 79%, em dezembro de 2022, para 55%, em agosto deste ano. Em relação ao levantamento de junho, houve recuo de quatro pontos.
Ao mesmo tempo, o percentual de brasileiros que enxergam uma queda dos preços dobrou desde o fim de 2022, passando de 10% para 20%.
A opinião de que o Brasil está melhor avançou de 37%, em abril, para 48%, em agosto, um incremento de 11 pontos. Em relação à pesquisa anterior, de junho, o crescimento foi de 7 pontos.
A avaliação de que o país está igual manteve-se em 30%, e os que identificam piora diminuíram de 25%, em abril, para 19%, no mês passado.
O Governo Lula fechou setembro com aprovação de 55%, maior patamar desde o início do ano. Os que desaprovam somam 38%, uma diminuição de dois pontos em relação a junho.
A expectativa positiva a respeito da melhoria da vida pessoal e familiar até o fim de 2023 voltou ao patamar do início do ano, alcançando 72%.
Poder de compra: subiu de 37%, em junho, para 40%, em agosto, a parcela dos brasileiros que apostam em aumento do poder aquisitivo.
Desemprego: a projeção de que o desemprego vai cair voltou a 40%, após aumento de um ponto percentual em relação a junho; já o receio de que a falta de oportunidades de trabalho vai aumentar se manteve em 34%.
Acesso ao crédito: 42% acreditam que vai aumentar o acesso a linhas de financiamento (eram 41% em junho). E manteve-se em 22% a opinião de que vai diminuir.
Segundo o levantamento de agosto, a Saúde é a maior prioridade dos brasileiros (29%), seguida por Emprego e Renda (27%), Educação (15%), Inflação e Custo de Vida (8%), Fome e Pobreza (6%) e Corrupção (4%).
Com a expectativa de melhora na economia e caso sobre dinheiro do orçamento familiar, a maioria dos entrevistados optaria por “comprar imóvel” (30%) ou por “aplicar os recursos no sistema bancário” (20% na poupança e 24% em outros investimentos bancários), sem alteração no ranking registrado em junho.
“Fazer cursos e melhorar a educação sua e da família” é um desejo de 17% dos entrevistados, em caso de sobras no orçamento familiar.
Ratificando a crescente preocupação com a área da Saúde como prioridade número um, cabe realçar o interesse de “fazer ou melhorar o plano de saúde”, item que voltou à casa dos dois dígitos – de 8% em junho para 10% em agosto.
A diarista Silvânia Thomaz Jerônimo está entre as pessoas que sentiram melhora na economia. “As coisas estão mais baratas no supermercado do que no ano passado, como óleo, café e carne, por exemplo. Também estou conseguindo mais oportunidades de trabalho neste ano. Está até sobrando um dinheiro, que antes não sobrava”. Ela está guardando esse dinheiro a mais e já pensa em fazer um plano de saúde para o filho, que é autista.
