13/09/2023 às 12h34min - Atualizada em 13/09/2023 às 12h34min

Desembargador aposentado suspeito de incitar atos golpistas defende réu em julgamento no STF e diz ser alvo de 'intimidação'

Sebastião Reis Coelho se tornou alvo de apuração no CNJ, que determinou quebra de sigilo bancário dele. Magistrado aposentado atua na defesa de Aécio Lúcio Costa Pereira, primeiro réu pelos atos de 8 de janeiro a ser julgado pelo Supremo.

AB Notícia News
g1
TV Justiça/Reprodução

O desembargador aposentado Sebastião Reis Coelho comentou nesta quarta-feira (13) a investigação aberta contra ele pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por suspeita de incitação aos atos golpistas e disse ser alvo de "intimidação".

A declaração foi durante o julgamento de Aécio Lúcio Costa Pereira no Supremo Tribunal Federal (STF), o primeiro réu pelos atos de 8 de janeiro a ser julgado pelo Supremo. Coelho atua como advogado de Aécio, e se manifestou sobre o processo aberto pelo CNJ ao iniciar a defesa do réu na tribuna.

"Há cerca de uns 40 minutos, eu fui informado que o CNJ, através do eminente ministro Luis Felipe Salomão, para que todos saibam, eu estou aqui denunciando em público, abriu um procedimento disciplinar para apurar a minha conduta enquanto magistrado. Todos sabem que eu estou aposentado desde 16 de setembro do ano passado. Eu considero uma intimidação, digo a Vossa Excelência, Luis Felipe Salomão, que vossa excelência tentou me intimidar, mas não intimida", disse.

 

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Mais cedo, o Corregedor Nacional de Justiça, ministro Luís Felipe Salomão, determinou, além da abertura de procedimento para apurar a conduta do desembargador aposentado, a quebra de sigilo bancário dele, entre agosto de 2022 e 8 de janeiro de 2023.

Sebastião Reis Coelho acrescentou que irá fornecer à Justiça sua declaração de imposto de renda e seus extratos bancários. "Eu não tenho nada a esconder e não me intimido com absolutamente nada", declarou Sebastião.

"Sou um homem idoso, 68 anos, com alguns probleminhas de saúde, que posso morrer a qualquer momento, e eu não tenho mais tempo para ter medo de nada", completou o desembargador aposentado.

Ao justificar a abertura da apuração, o corregedor citou falas do desembargador ainda durante a magistratura e após a aposentadoria, com críticas a decisões do STF e ao ministro Alexandre de Moraes.

Segundo o ministro Luis Felipe Salomão, as declarações foram "em direção à erosão do Estado Democrático de Direito e incitação das massas contra os poderes legitimamente constituídos".


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